Sony anunciou a demissão de 900 pessoas da divisão de PlayStation em todo o mundo; estúdio de Londres, responsável por jogos em VR, vai fechar
A Sony abriu esta terça-feira (27) anunciando a demissão de cerca de 900 pessoas da divisão de PlayStation, um total equivalente a cerca de 8% da força de trabalho dedicada a games.
Estúdios da companhia devem ser atingidos em todos os continentes, com o maior impacto parecendo estar sobre as desenvolvedoras que trabalham nos jogos em VR.
Prova disso é o anúncio do fechamento do estúdio de Londres, que vinha focando exclusivamente nas ofertas em realidade virtual da marca para o PlayStation VR2. A desenvolvedora Firesprite, do recente Horizon Call of the Mountain, também deve passar por redução de pessoal, assim como outros departamentos internos da Sony no Reino Unido.
Os funcionários demitidos nos Estados Unidos devem ser notificados ainda nesta terça, enquanto no Japão, pacotes de desligamento, aposentadoria e apoio a transição de carreira devem ser anunciados aos trabalhadores. A Sony não entrou em maiores detalhes sobre os estúdios atingidos fora do Reino Unido, informando apenas que falará diretamente com os funcionários impactados pelas mudanças.
O anúncio da demissão em massa é assinado pelo CEO da divisão PlayStation, Jim Ryan, que também prepara sua própria saída do cargo no final de março. No texto, ele afirma que a decisão veio após meses de discussões com outros executivos e estendeu agradecimentos aos funcionários “que contribuíram para o sucesso” da marca.
O Canaltech entrou em contato com a Sony para conhecer os eventuais impactos das dispensas em setores que atendem o Brasil. A empresa não havia respondido até a publicação.
Por que a Sony está demitindo 900 pessoas?
Ao divulgar publicamente as dispensas, Ryan também compartilhou o e-mail enviado nesta manhã a todos os funcionários globais de PlayStation. Nele, o CEO cita “a evolução no panorama econômico e mudanças na forma como produtos são desenvolvidos, distribuídos e lançados” como alguns dos motivos para a decisão.
O resultado é o que o executivo chama de uma reestruturação nas operações, para que os negócios possam continuar a crescerem. O foco, afirma Ryan, é a saúde da companhia no longo prazo, sem perder o foco em proporcionar as melhores experiências para os consumidores da marca.
As demissões anunciadas pela Sony marcam mais um capítulo triste para o mercado de games em 2024. O layoff, aliás, é o segundo maior registrado neste ano, atrás apenas das anunciadas pela Microsoft em janeiro, que resultaram em 1,9 mil pessoas sendo mandadas embora da Activision Blizzard, recém-comprada pela gigante.
Já foram quase sete mil dispensas na indústria global de jogos eletrônicos somente nos dois primeiros meses de 2024. Na comparação, cerca de 10,5 mil pessoas teriam perdidos seus empregos no ano passado, já considerado um período sombrio para o mercado; tudo indica que esse recorde deve ser ultrapassado ainda neste primeiro trimestre.
Fonte: Terra