Piano

Piano

Estava no Shopping Barra e alguém ergueu a tampa do piano existente lá. Vi as duas mãos, golpear o teclado; logo depois, mais uma vez, golpeou com toda a força, e outra vez, e mais outra; o peito e os ombros se sacudiam, golpeava obstinadamente, sempre no mesmo lugar, e parecia que não ia parar enquanto não tocasse as teclas bem fundo no piano. O local foi tomado por um muita gente; tudo era música; o momento era mágico, ele estava tocando uma parte difícil da quinta sinfonia de Beethoven, interessante justamente por sua dificuldade, era agradável ouvir, era reconfortante, e vinham à minha cabeça pensamentos muito bonitos, serenos – não dava nenhuma vontade de sair dali.
Contudo, não conseguiria transformar nenhum desses sentimentos em palavras.

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