“Retorne ao seu descanso, ó minha alma, porque o Senhor tem sido bom para você!” (Salmos 116.7)
Dietriech Bonhoeffer, durante seu tempo como prisioneiro do regime nazista, escreveu um belo poema em que descreve a si mesmo como um homem, ora firme e corajoso, ora instável e encolhido de medo. E então pergunta a si mesmo: “Quem sou eu? Este ou aquele?” Ele não tem certeza e não tem como ter certeza. Mas tem uma saída: “Seja quem for eu, tu sabes Senhor, que sou teu.”
Bonhoeffer é companheiro do salmista Davi. Embora com outras palavras, disse a mesma coisa, pois o que disse para Deus, disse também a si mesmo. Quando nos entregamos pela fé para pertencer a Deus, os sons de nossa alma podem começar ameaçadores mas terminarão em sossego e paz. Crer, não para obter, mas para pertencer, liberta-nos. E quando pertencendo, não importa como algo acabe, acabaremos em Deus.
Devemos ser imitadores do teólogo alemão e do salmista judeu. Ambos convergem para Deus e é para onde devemos seguir enquanto vivemos. Diariamente, persistentemente, continuamente. Quando estamos em aflição tendemos a perder este senso de pertencimento. Devemos então dizer a Deus: “Senhor, sou teu”. E dizer à nossa alma: “retorne ao seu descanso”. Ainda que não haja certezas, que jamais nos falte esta: a certeza de que pertencemos a Deus.