Perguntas da dor

“Irá o Senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará a mostrar-nos o seu favor? Desapareceu para sempre o seu amor? Acabou-se a sua promessa? Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Em sua ira refreou sua compaixão?” (Salmos 77.7-9)

Os salmos são uma parte muito especial das Escrituras. E peculiar. Neles há um misto de profecia, busca, lamento e alegria. Voz de Deus e de pessoas. Almas humanas falando a Deus e o Espírito de Deus falando a elas, além de pessoas falando umas às outras. Eles trazem louvores e questionamentos, talvez numa amostra de como é a relação de pessoas com Deus. Ele sabe todas as coisas, mas nós não sabemos. Ele tem sempre o pleno controle de Si mesmo, nós não temos. Somos frágeis, Ele é o Todo Poderoso. E Ele não pede para abrirmos mão de nossa humanidade como um critério para nossa fé. Ao contrário! Ele se fez humano para nos ajudar a ser quem somos e para crermos que podemos ser melhores. Quando sofremos, nossa alma faz perguntas sobre Deus. E muitas delas ficam sem resposta.

Veja as perguntas do salmista! Você já as fez em algum momento? Elas são as perguntas que está fazendo hoje? Elas revelam uma pessoa em sofrimento. Um sofrimento que já perdura por algum tempo. Alguém disse que podemos suportar quase tudo, se sabemos a razão. Não tenho certeza disso. Sofrer nos desequilibra, nos é antagônico. Não fomos criados para o sofrimento. Mas precisamos aprender a viver e lidar com o sofrimento, pois o mundo está cheio dele e estamos sujeitos a ele. Nem sempre se trata de merecer ou de colher o que plantamos. A dor pode chegar sem justificativas e não deveríamos tentar justifica-la para quem sofre. “Deus tem um propósito” é simplificar demais! Não precisamos defender Deus, precisamos ajudar quem sofre. O salmista não estava entendendo. Sua sensação era “Deus se esqueceu! Perdeu a paciência comigo e me rejeitou, definitivamente.”

O mundo está cheio de questionamentos sobre Deus e Sua bondade, poder e amor. Há muitas dádivas, mas as dores nos confundem. Imagine como estão os italianos que sofreram o terremoto há alguns dias! O mundo se ressente de pessoas que escolham continuar crendo e confiando a Deus, mesmo diante da perplexidade. Precisamos nos ajudar a crer, confiar no amor de Deus a despeito das circunstâncias. Precisamos nos fortalecer em Cristo e continuar esperando no Senhor. Devemos ser encorajadores dessa fé. Sempre houve questionamentos sobre Deus e sempre haverá. Podemos expressa-los sem medo e com amor ouvir os que os expressam. E devemos, o quanto antes, voltar para a fé que nos diz: “Eu sei que meu Redentor vive e que no final se levantará sobre todos!” (Jó 19.25). E encorajar os que sofrem a voltar! Diante da dor é difícil crer quando Deus parece ficar em silêncio. Mas crer é confiar que Ele está por perto e sabe o que fazer.

 

 

 

ucs

 

 

 

 

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