Perceber Deus, verdadeiramente

Então Pedro começou a falar: “Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme e faz o que é justo”. (Atos 10.34-35).

Pedro havia ouvido Jesus contar a parábola do samaritano. Ouviu a parábola do publicano e do fariseu orando no templo. Viu Jesus conversando com a samaritana à beira do poço. Viu como Jesus tratou a mulher apanhada em adultério. Certamente soube (se é que não estava também lá) que Jesus hospedou-se na casa de Zaqueu, o cobrador de impostos e traidor da nação. Mas ainda assim não conseguiu perceber claramente o caráter amoroso e misericordioso de Deus. Faltavam-lhe ainda algumas experiências. Ele precisava conhecer Cornélio e ver na vida daquele homem tão pouco instruído sobre espiritualidade, que chegou a querer adorá-lo (veja os versos 25 e 26 de Atos 10), o quanto Deus estava fazendo em sua vida. Pedro ainda se diferenciava dos demais, especialmente dos não judeus. Ele era cheio de parcialidade e talvez até a justificasse em nome de Deus. Em nome de Deus talvez estivesse pronto a repelir centuriões romanos.

Mas Pedro havia separado tempo para orar, lembra-se? (At 10.9) Em oração ele estava acessível a Deus. Em oração a visão aconteceu, ele recebeu orientação para acolher os visitantes que o convidavam a ir a Cesaréia. E agora estava lá, na casa de Cornélio. Ainda desconfiado, mas submisso a Deus. Quando chegou, foi logo revelando sua parcialidade: “Vocês sabem muito bem que é contra a nossa lei um judeu associar-se a um gentio ou mesmo visitá-lo.” Mas Deus havia mostrado que ele não deveria chamar impuro ou imundo a homem nenhum. Pedro compreendeu! “Por isso, quando fui procurado, vim sem qualquer objeção.” (vv. 28-29). Cornélio conta que teve uma visão e que por isso o mandou chamar! O mesmo Deus que havia falado com Pedro, havia falado com Cornélio. Pedro não poderia controlar Deus. Pedro precisaria compreender melhor as coisas. Novas perspectivas!

E elas chegaram, pelo menos começaram a chegar. Ele declarou: “Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme o faz o que é justo!” Não mudamos com rapidez e Pedro não mudou completamente, a história futura mostraria isso. Mas Deus estava trabalhando em sua vida. Ele estava acessível. A oração possibilita isso. Orar e mudar são verbos que andam de mãos dadas na conjugação da vida cristã. Deus quer nos aperfeiçoar, amadurecer e usar para glória de Seu Nome. Ele quer completar Sua obra em nossas vidas, muito mais do que espera que façamos a Sua obra (Fl 1.6). O quanto temos orado e o quanto temos mudado? Se orar não tem mudado nossas perspectivas, precisamos nos perguntar com quem temos conversado quanto oramos ou pelo menos devemos avaliar se temos dado tempo a Deus para falar conosco! Pode ser que ainda não tenhamos percebido Deus, verdadeiramente!

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