Uma pedra com a frase “Cristo nasceu de Maria” levou arqueólogos a confirmarem a existência de igrejas cristãs em assentamentos primitivos árabes há pelo menos 1.500 anos, em Israel.
O artefato, anunciado nesta semana por pesquisadores do Instituto de Antiguidade de Israel, aponta evidências de templos antes do advento do Islã e ainda sugere que permaneceram em atividade no período muçulmano.
A descoberta aconteceu no Vale de Jezreel, comunidade da cidade Tayibe, ao norte de Israel. Com a descoberta, a região que é marcada pela forte presença árabe, agora mostra que o seu passado viveu o cristianismo pelo menos até o século 5, algo que para os pesquisadores era passível de confirmação científica.
“A importância da inscrição é que até agora não sabíamos com certeza se havia igrejas deste período nesta área”, disse o arqueólogo Walid Atrash, da Autoridade de Antiguidades de Israel, ao jornal The Times of Israel.
Segundo os arqueólogos, a pedra com o escrito em referência a Jesus Cristo foi encontrada em um lugar que seria a parede de uma entrada da igreja construída com estrutura da era bizantina. As artes neste período, dominado pelo Império Romano, tinham fortes traços políticos-religiosos.
A igreja teria sido fundada pelo arcebispo regional de Beit She’an ao fim do século 5, conhecido pelo nome de “Teodósio”, sugere os textos encontrados pelos arqueólogos na pedra.
Apesar do achado, segundo Walid Atrash, a confirmação da existência de igrejas na região “não é surpreendente” porque ruínas de supostos templos cristãos já haviam sido encontradas. O que os pesquisadores não tinham em mãos eram confirmações de que a presença cristã era do período bizantino.
Para Atrash, a nova inscrição em pedra “fechou o círculo, e agora sabemos que havia cristãos nesta área durante esta era”.
Os pesquisadores acreditam que a igreja durou até o início do período muçulmano. Os estudos continuam para saber agora se cristãos ou judeus construíram o templo.
A frase “Cristo nasceu de Maria” está em uma pedra que continha sete linhas de escritos, mas que foram parcialmente destruídas pelo tempo.
A menção do arcebispo Teodósio na inscrição, é outra evidência de que a pedra estava em uma igreja e não em um mosteiro.
“A inscrição saúda aqueles que entram e os abençoa. Portanto, é claro que o edifício é uma igreja, e não um mosteiro: as igrejas saudavam os crentes na entrada, enquanto os mosteiros tendiam a não fazer isso”, comentou Di Segni.
A inscrição, segundo os pesquisadores, ficava dentro da parede e não seria visível. A suspeita é de que a igreja tenha sido destruída em um dos vários terremotos que atingiram a região durante essa época.
Fonte: CNN Brasil