“A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 1.7)
Sim, é o mesmo texto de ontem, mas era preciso. Em destaque está o chamado à santidade, que pareceu-me importante explorar. Como uma das palavras mais usadas nos círculos religiosos, deveria ser também das mais bem compreendidas. Mas erramos em compreendê-la porque aplicamos a ela sentidos que fazem sentido à nossa razão, mas nenhum sentido fazem ante o Evangelho de Cristo. Equivocados, pavimentamos um caminho de austeridade exterior que apenas encobre o fracasso interior de corresponder a singeleza, leveza e saúde própria de quem é santo.
A santidade cristã não é o mesmo que a santidade religiosa. Esta caracteriza-se pela submissão a normas e procedimentos, que ao longo da história mudaram muito e continuarão mudando. A cristã é resultado da graça, que sempre foi a mesma, jamais mudou. Resulta de estar no Caminho que nos reconcilia com Deus – Cristo – e alimenta em nós paz, sentido existencial, satisfação de alma e respeito pela vida. Ela não é um afastamento, mas uma conexão. Não nos destaca, nos iguala a todos e torna natural a compaixão e impróprio o julgamento. Não edifica muros, mas pontes, caminhos e vida!
A santidade cristã é uma dádiva decorrente da justiça divina. Ele não fez de conta, Ele pagou a conta (Cl 2.13-15). E separa pecadores de seus pecados. Ela não pode ser conquistada, mas só é verdade em nossa vida se nos conquistar. Quando nos vemos diante do amor e perdão de Deus, respondemos com entrega, consagração. É algo de Deus para mim e de mim para Deus. Só é possível com Ele e por meio dele, como dádiva. Mas não acontece sem minha resposta de fé: a obediência. Não é ilusão (pensar que sou o que não sou) e nem fingimento (um faz-de-conta que não sou o que sou). É vida nova proveniente da comunhão com Deus. É muito para mim e para você, mas plenamente possível, por causa de Deus.