Pataxós avisam a deputados que ocupações vão continuar na Bahia

Depois de se reuniram com os integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na sexta-feira (03), os principais líderes dos índios Pataxós Hã Hã Hãe, da região de Pau Brasil e Itaju do Colônia, no Sul da Bahia, decidiram que as retomadas de propriedades que estão em territórios indígenas na região, vão continuar, até que a justiça determine a legalidade da posse em favor dos índios.

Os pataxós reivindicam o direito de posse de 54.100 hectares de terras da região, que já foram demarcadas pelo INCRA e pela FUNAI, mas ocupam apenas 18 mil hectares, onde vivem cerca de 3 mil índios. As demais terras estão em mãos de posseiros, que segundo as denúncias encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, organizam milícias armadas e vêm provocando o terror na região. Os deputados se reuniram durante todo o dia de ontem (3) com os pataxós, e no dia anterior, estiveram reunidos com os tupinambás, do município de Olivença, onde também há conflitos de terras entre índios e fazendeiros da região.

A ida da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ao Sul da Bahia foi solicitada pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) e foi integrada pelo próprio Valmir e os deputados federais Domingos Souza (PT-MA), Marcon (PT-RS), Jean Willes (PSol-RJ), Luiz Aberto, Josias Gomes e Geraldo Simões (PT-BA), e o estadual Yulo Oiticica, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Além de representantes do Ministério Público Federal, Advocacia Geral da União e Funai.

Os caciques Gerson Pataxó, Naílton e Ilza Pataxó disseram que 11 fazendas estão ocupadas na região, e que outras propriedades que estão no interior da reserva reivindicada pelos índios, serão ocupadas. “Todos temos o direito de ter dignidade, de sermos livres e de termos nossas terras”, disse a cacique pataxó. Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), a situação é de extrema gravidade, uma vez que os índios vêm sendo ameaçados, tanto em Pau Brasil e Itaju do Colônia, como em Olivença, com o povo tupinambá. “Vamos levar essas denúncias ao Ministério da Justiça, à Funai, à própria Câmara Federal e ao governador Jaques Wagner, para que seja encontrada uma solução para a região e evite mais mortes de índios”, disse. Cinco índios tupinambás estão pesos em Ilhéus e 13 lideranças pataxós encabeçam uma lista de pessoas marcadas para morrer, segundo denúncia dos indios.

Fonte:Adilson Fonsêca/Assessoria de Comunicação

 

 

 

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