Passo a passo

“Então Jesus disse aos seus discípulos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16.24) 

Juntamente com os textos que mostram Jesus orando, e que me questionam sobre minha vida de oração, esta é uma das afirmações de Jesus que muito me confrontam. É fácil convencer a outros de que sou um seguidor de Jesus. Há pessoas que me dizem que admiram minha fé, minha dedicação e serviço pastoral, e acrescentam: não deve ser fácil. A verdade é que sou apenas como você e os demais cristãos. E quanto ao trabalho pastoral, é mais um privilégio que um encargo. É mais honroso que difícil, embora não me julgue competente para seus desafios. Difícil mesmo foi a cruz que Jesus carregou. Difícil foi sua jornada entre nós e caminhar amorosa e pacientemente com os discípulos. Como nós, eles sempre vacilavam e eram lentos para aprender. Jesus é quem fez a parte difícil. Como deve ter sido difícil orar e dizer “não seja feita a minha voltado, mas a tua!”! E Jesus fez isso por três vezes. E depois, firme e resolutamente, entregou-se à cruz. Reafirmo: Jesus fez a parte difícil.

As vezes pedimos e esperamos do outros coisas que, por mais que tenhamos alguma ideia do que significa, não sabemos de fato. Cada pessoa é única e nenhuma dor é igual. Imagine quando pedimos ou esperamos do outro algo que não temos a menor ideia do desafio que representa! Pois se não enfrentamos a mesma luta, a mesma dor, não fazemos ideia! O que Jesus nos pede para fazer, Ele sabe o que significa. Sabe o que significa para cada um de nós. Ele sabe onde dói, o que falta, o que sabemos, o tamanho de nossa força e fraqueza. Ele sabe o que está pedindo e sabe nossas possibilidades. Ele sabe que vozes e temores nos habitam, nos cegam e consomem. Ele sabe até onde conseguimos ir. E é isso que Ele espera de nós! E nenhum de nós tem a capacidade ou o direito de julgar o outro. Isso é com Cristo!

Alguns a praticam a auto-negação pedido por Cristo para se sentirem aprovados e poderem esperar com mais certeza as bençãos dos obedientes. Neste caso, talvez a auto-negação seja um tipo de auto-benefício! Para que seja por Cristo é preciso que seja por amor e gratidão, não por medo ou interesse. Quem pretende rigidez consigo para obter vantagens, como acontece com quem espera fazer o bem para ser visto como bom, já recebeu o seu galardão. Por outro lado, negar a si mesmo é um indicador importante do quanto estamos escolhendo seguir o Mestre. Pois será impossível segui-lo de fato, sem negar a si mesmo. Não é fácil seguir a Jesus quando isso for tudo que desejamos não fazer. Quando isso for o contrário do que tanto queremos fazer. É um desafio para todos nós. Mas Ele está conosco! Ele não segue lá na frente e nos deixa para trás. Ele caminha conosco. E pelo Seu Espírito Ele nos diz: vamos em frente. Entre sucessos e fracassos portanto, sigamos em frente, passo a passo. Nosso Mestre não espera o que não podemos dar e tem graça suficiente para cada um de nós.

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