Acordei às cinco horas do Domingo, desacostumado nos últimos tempos a acordar neste horário e neste dia. Deus faz doçuras muito tristes, para mim, que são os índios hoje. Tenho guardado no computador que tem memória, mas não tem lembranças, trechos de um livro que li na década de 90, sobre o Parque Nacional do Xingu que coloco aqui:
“Trata-se de uma região delimitada de vinte e dois mil quilômetros quadrados que cobrem, praticamente, toda a área do rio Xingu. Nessa região vivem cerca de quinze povos indígenas em condições correspondentes às da época do descobrimento do Brasil. Vivem aí os grupos indígenas classificados como Tupi, Ge, Aruaque e Caribe. Além desses grupos há outros isolados, dentro do Parque e nos arredores contatados ou arredios, que constituem grupos linguísticos isolados.
Esta é uma área onde não se matavam índios. Enquanto existiram os irmãos Villas-Boas, que na época seguiram os passos de Rondon, que sempre utilizava métodos, pessoas e humanos na convivência com os índios.
A área do parque é delimitada pelo Governo e nela é impedida a entrada indiscriminada e indisciplinada de grupos cobiçosos da terra, das riquezas do nosso subsolo e das matérias-primas comuns na área amazônica.
Matam-se índios desde que se descobriu o Brasil. “Se na época do descobrimento havia cerca de um milhão e meio de índios, hoje, em estatísticas otimistas, devem existir entre nós. No máximo, oitenta mil, em condições tribais. Parte desta população indígena inicial desapareceu com a mistura com a cultura europeia que acabou por esmagá-los. Foram os índios sacrificados na formação das grandes fazendas ou grandes cidades dos que vieram de fora para a colonização de nossas terras. Sabe- se que uma das preocupações constantes da Constituição Brasileira é a preservação do nosso índio; nela existe um preceito constitucional que garante ao índio a posse da terra por ele ocupada. Parece incrível que a este preceito constitucional, justamente, é que se deve a matança dos índios. A cobiça da terra ocupada por eles.”
Vivemos nossa vida segundo um plano secreto, como se seguíssemos um roteiro que apresentamos no palco da vida de maneira quase literal. Contudo, constatei ao estudar um pouco a cultura indígena, que não devemos aceitar este genocídio, devemos nos envolver de alguma forma, para preservar os índios. “Fiat justitia, pereat mundus.”