“Mas ele respondeu ao seu pai: Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos.” (Lucas 15.29)
Isto é o que o filho mais velho da parábola do filho pródigo disse ao pai. Diferente do mais moço que havia pegado o que o pai lhe dera e saído de casa, o mais velho ficou. Mas, diante da bondade do pai em aceitar seu irmão de volta, sentiu-se ofendido. Como podia, depois de tudo que ele fez?! O filho que ficou se sentiu injustiçado pelo pai e ficou magoado com o irmão. Era hora de cobrar do pai a fidelidade que havia dedicado a ele. Foram tantos anos de serviço sem desobedecer uma ordem sequer. Foi uma vida de escravo. E o pai não o recompensou. Parece que este pai está sempre perdendo um dos filhos!
O caçula reuniu tudo o que julgava ser seu e foi embora da casa do pai. O mais velho ficou e trabalhou com dedicação, pensando e esperando o dia em que tudo viria a ser seu. Um foi saiu de casa e o outro ficou, mas ambos viviam distantes do pai. O mais novo foi seduzido pelo prazer e partiu. O mais velho por vantagens, e ficou. Entre eles e o pai havia uma distância simbolizada pelos bens do pai. Para o pai nada valia mais que seus filhos. Ele queria ter ambos ao seu lado, mas mesmo o que ficou perto estava distante.
Há duas maneiras de estarmos distantes do Pai celeste: vivendo como queremos e fazendo apenas nossa vontade, simbolizada pelo caçula da parábola e vivendo como achamos que Deus quer, dedicados à Sua vontade, mas apenas interessados em Suas bênçãos. Aqui está o filho mais velho. Mas ser cristão é ser filho de Deus e desenvolver o mesmo coração amoroso, misericordioso e benevolente do Pai. É sempre voltar para casa após a rebeldia e, dentro dela, sempre resistir à tentação de agir por interesse. É celebrar com o Pai a volta do irmão, oferecendo braços e abraços, acolhendo-o em casa. É ficar em casa por causa do Pai e não por causa das benção do Pai. Assim é a fé cristã. Esse é o evangelho de Jesus.