“Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: ‘Abraão! Abraão!’ ‘Eis-me aqui’, respondeu ele. ‘Não toque no rapaz’, disse o Anjo. ‘Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho’.” (Gênesis 22.11-12)
Deus poupou Isaque. Deus providenciou um cordeiro que foi sacrificado em lugar do filho amado de Abraão. Mas não antes que ele já estivesse sacrificado no coração daquele velho pai. Deus levou seu servo ao limite, até que ficasse claro que ele não se negaria a sacrificar seu filho mais querido, aquele que Deus mesmo havia lhe dado em sua velhice e para quem havia promessas. Seu mais precioso tesouro, por quem Abraão daria todos seus bens e inclusive a própria vida. “Agora sei”, disse o Anjo, “que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, seu único filho”.
Um dos aspectos desafiadores de nossa fé é lidar com o Deus que tudo sabe. Mas devemos considerar algo importante: na história da salvação não haveria salvação, se a salvação não tivesse entrado na história. A fé no Messias que viria não ficou desapontada, porque Ele veio. Jesus precisou vir a nós, o Cordeiro de Deus. Ele entrou na história e realizou a nossa salvação, a obra que salva e redime. “É possível passar de mim esse cálice sem que eu o beba?”, orou Jesus. Não, não era possível. Era preciso que o propósito de Deus se torna-se um fato histórico. Era preciso que o amor de Deus por nós fosse demonstrado. E Ele o demonstrou por meio do sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus (Rm 5.8).
Não devemos pensar que possa ser diferente em relação à nossa fé. Como a de Abraão, a nossa não pode existir sem que se transforme em história. Como Jesus, é preciso beber cada um o seu próprio cálice. Deus não se limitou a intenções para conosco e não nos recebe para que fiquemos apenas na intenção para com Ele. Desde o princípio, no Éden, obediência é importante. É por ela que a fé entra na história, faz história e muda a história. Não se trata de quem Deus é ou do que Ele sabe, mas de quem somos e devemos fazer para ser. Por nosso atos de fé céus e terra podem saber se tememos a Deus. Cada dia estamos diante do desafio de afirmar ou negar a fé que dizemos ter. Não nos esqueçamos disso hoje!