Pandemia

Pandemia

Significa, em grego, todo o povo.
Jamais neste século XXI a sorte dos homens esteve tão estritamente conectada umas às outras, de modo que o desastre de um é o desastre de todos, além deste momento com o coronavírus temos desde a guerra fria a ameaça da bomba atômica, mas não tão explícita como está pandemia.

Entre 1918/19, na gripe espanhola, muitos pensaram no fim do mundo. Carmem Miranda cantou “E o mundo não se acabou”. A vida pode ser breve, mas o mundo parece eterno.

O vírus neste século é uma história leve, mas é mostrada na mídia como se o mundo estivesse prendendo a respiração. O presidente do Brasil e dos Estados Unidos, homem mais rico e poderoso do mundo, com segurança e carro a prova de fuzil AR15, com idade de risco ameaçado por este vírus minúsculo , que do latim é “fluido tóxico ou venenoso”.

A ameaça de morte não fica à nossa espera no fim de uma longa estrada. Ela segue sempre conosco, na essência de cada momento. A propagação do vírus da gripe espanhola em 1919, para atingir uma pandemia, foi bem mais lenta, não existiam aviões e o meio de chegada eram os portos, pelos navios.

Existe um pane sistêmico na economia global hoje. Vemos o aprisionamento do indivíduo na cela de suas próprias limitações. Condenados a um raio restrito de atividades, apesar disto, com o trabalho remoto, está tecnologia faz com que vivamos num canto escuro, pequeno e acanhado de nossa vida, aceitamos uma perspectiva limitada e uma visão artificial do mundo, nesta fase da pandemia, se seguirmos as regras, então o sofrimento não nos atingirá.

Sofrer é ficar de quarenta e isolado de tudo. Doença é sofrimento. A palavra “dukkha” no idioma páli ,é sofrimento, às vezes traduzida por “angústia ” ou “descontentamento. “Dukkha” nasce da ignorância, da incompreensão de que tudo é passageiro, duvidoso e inatingível- e de querer que seja diferente.

Desejamos assegurar que nossa vida seja imutável, mas não podemos. Tudo está em constante transformação e escapando pelos nossos dedos.

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.

 

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