Palavras mal ou bem ditas

“Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam.” (Romanos 3.13)

Paulo está tomando aqui as palavras do salmo 5verso 9 em associação com o verso 3 do salmo 140. Ao tratar da maldade e desvio humanos em relação a Deus, o apóstolo agora dirige-se a um dos mais relevantes poderes na vida humana: o poder da fala. Podemos falar para expressar ou para ocultar, para cativar ou para ferir, para nos tornar próximos ou para banir o outro, para acolher ou para rejeitar, bondosamente ou maldosamente. Podemos também não falar e em nosso silêncio praticar todos estes atos.

Falar é algo sério porque, embora o som se esvaia, as palavras que dizemos ficam gravadas nos outros e geram consequências. Assim como as palavras que não falamos ficam ausentes e também geram consequências. A vida se realiza, para o bem ou para o mal, pela presença ou ausência de palavras. E costumamos falar impensadamente, como se fosse algo sem importância! Que tipo de garganta é a nossa e que uso temos dado à nossa língua? Ela tem sido um instrumento de engano ou de verdade?

Deus também fala! Suas palavras nos trazem vida e são poder para mudar nossas falas. Ouvir Deus não é uma experiência para os ouvidos, mas para a alma. Ouvir Deus é também uma atitude chamada obediência. Precisamos ouvir Deus e só então falar ou fazer silêncio. Ouvir Deus em primeiro lugar para que as demais pausas ou sons de nossa vida tenham chance de ser bondades oferecidas aos outros e virtudes acrescentadas à nossa história. Cuidado com o potencial maligno de suas falas. Cale-se mais diante de Deus antes de pronunciar-se diante dos homens!

 

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