Palavras certas, corações errados

“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” (João 13.35)

Vinte um séculos após essas palavras de Jesus, devemos nos perguntar se, segundo o critério que Ele próprio estabeleceu, temos revelado a identidade de discípulos ou não. Devemos nos perguntar que tipo de discípulos temos ajudado a formar, se a identidade deles enquadra-se nos critérios de Jesus ou em outros, criados por nós. Às vezes somos  tão presunçosos, nos achamos pessoa em missão em nome de Deus, e achamos que sabemos julgar e converter pessoas a Cristo. Enquanto, ao mesmo tempo, nem mesmo sabemos amá-las e sermos bons amigos para elas. Ignoramos o valor de sermos amigos sinceros dos nossos amigos que não creem, e fazemos deles alvos em lugar de pessoas que devemos amar. Se não sabemos fazer amigos, o que sabemos sobre fazer discípulos?

Infelizmente nos tornamos ao longo do tempo pessoas com palavras certas, mas corações errados. Nosso discurso não é ruim. Nossas teorias e nossos postulados éticos são bons em sua maioria. Podemos nos orgulhar de conhecer razoavelmente os textos bíblicos e, naturalmente, com algum tempo de igreja, a maioria de nós já conhece mais que o necessário sobre os ensinos basilares de nossa fé. Muito rapidamente aprendemos a fazer orações adequadas e já aprendemos algumas formas de dizer aos outros sobre Jesus. Mas, infelizmente, não se pode perceber entre nós um crescimento consistente na capacidade de amar e servir, de ser humilde e paciente. E isso talvez seja um indicativo de que não entendemos direito aquilo de que tanto falamos.

O Evangelho de Jesus tem a ver com vida, com relacionamentos, com amor a Deus e ao próximo. Tem a ver com mudanças em nós e entre nós. Mas não qualquer tipo de mudança. Não do tipo superficial, que só toca costumes, trejeitos e hábitos sociais. Mas mudanças que alcançam o coração e que nos fazem pessoas que amam, respeitam e servem. Pessoas que comunicam perdão, misericórdia, bondade, amabilidade… as muitas boas dádivas que recebemos de Deus e que, em lugar de torná-las um patrimônio do qual nos orgulharmos, as compreendemos como presentes que devem ser passados adiante. E agindo assim, nosso coração muda. E é isso que conta, o coração. Que suas palavras continuem corretas, e que não lhe falte um coração certo. Um coração como o de Deus – cheio de amor!

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