Pai

Pai

“Meu pai”, um possessivo e um substantivo, os mais comuns do mundo. Se os escrevo, eles fazem surgir um ser concreto. Ele irradiava a simplicidade familiar. Meu pai, disseminado na minha memória, na minha carne, tinha certa arte de viver, com um conhecimento íntimo das pequenas e práticas necessidades da vida e do dinheiro.
Eu vivo no mundo sem este pedaço, mas este pedaço existe na minha memória. Seu escritório, seus livros e tudo que o cercava. Lembro do primeiro livro que ele me deu: “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas. Dediquei-me à leitura com um fervor intenso. Após a queda em casa, por nove anos, nunca mais ouvi sua voz, eu observava seus lábios finos, a boca de onde não saiam mais palavras. . Mesmo que ele ainda estivesse ali, perto de nós, mesmo que pudéssemos tocar sua pele, apertar seu ombro, eu nunca mais ouviria sua voz. O seu silêncio está cheio de palavras não ditas. O sol do dia dos pais, brilha radiante no céu, transformando este domingo em lembranças eternas.

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