Ouvidos para ouvir

“Tendo dito isso, exclamou: Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Lucas 8.8b)

Ouvidos para ouvirA forma como Jesus termina a parábola do semeador é provocativa. Algo como: “Vocês estão ouvindo o que acabei de dizer? Mesmo?” Nem todos os que escutaram a parábola tinham ouvidos para ouvir. E nós? Será que estamos entre os que tem ouvidos para ouvir este e outros ensinos de Jesus? Falta-nos ouvidos para ouvir se, diante do que Jesus disse, nos lembramos mais dos outros do que de nós mesmos. Se não reconhecemos o nosso lugar no ensino, desatentos para o tipo de solo que somos. Se rapidamente aplicamos a metáfora a outros. Se ao ouvi-la, nos apoderamos dela para aplicar à vida de outras pessoas. Para sermos lavoura do Reino é preciso ter ouvidos para ouvir.

A lavoura do Reino de Deus não pode ser reconhecida facilmente, exceto por Deus. Ele sabe onde estão as boas terras, as vidas frutíferas. Os referenciais que costumamos usar, como o templo cheio e os cultos animados do domingo, podem nada significar para Deus. É preciso que os movimentos do templo produzam efeitos nas casas e nas ruas! Ser uma benção é mais que saber cantar, pregar ou conhecer as Escrituras. Está relacionado com quem somos, com o coração que está sendo formado em nós e com as atitudes que temos. O templo manifesta o Reino se os que nele celebram aos domingos, são cidadãos melhores para a cidade às segundas e nos demais dias. Se atuam como pais e como filhos melhores ao longo da semana. Se as empresas, escolas e demais lugares são tocados pela presença do Reino habitando nas pessoas que frequentam o templo.

Se temos ouvidos para ouvir, mais humildade e quebrantamento estarão em nossa vida. Não faremos dela um argumento para evangelizar. Ela fará de nós uma expressão do Reino e nossa vida será a evangelização. Seremos uma mensagem vivente, declarando que o Reino de Deus chegou. Se temos ouvidos para ouvir, entenderemos que não somos o mesmo solo o tempo todo. Hora somos submissos e hora, rebeldes. Deus semeia e a semente cresce e frutifica numa área, enquanto em outra, perde-se, sufocada por pedras e espinhos que ainda nos habitam. Se temos ouvidos para ouvir, perceberemos o terreno difícil que somos e cuidaremos melhor de nós mesmos e uns dos outros.

 

 

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