Os malvados índices do IPEA

Os malvados índices do IPEAO Instituto de Pesquisa Econômica – IPEA assumiu erro e corrigiu os índices de pesquisa realizada, onde pergunta aparentemente sobre a perspectiva dos brasileiros em relação à violência contra a mulher.

O IPEA divulgou no resultado que 65% dos brasileiros, concordam, total ou parcialmente, com a afirmação de que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Houve quase uma revolução nas redes sociais, onde se sabe, é predomínio dos jovens, que regra geral, não se incomodam de usar roupas que mostrem o corpo.

Talvez para minimizar as consequências, numa explicação que houve “erro de planilha” os valores foram novamente divulgados com novos índices, no caso, “somente” 26% dos brasileiros concordavam com tal afirmativa e os 65% concordavam que ‘Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar’.

E não vimos revolução nas mídias sociais!

Muitos ficaram insatisfeitos por terem sido enganados, mas não pelos índices dos 65% dos entrevistados afirmarem que a mulher que é agredida e que continua com o parceiro é porque gosta de apanhar.

Será que é porque as mulheres que apanham de seus maridos ou companheiros não têm acesso às redes sociais, ou é porque tais vítimas se envergonham de expor sua situação em público, com se fossem culpadas por serem vítimas, ou é porque nós brasileiros pensamos assim mesmo?

Não sei a resposta.

Apenas sei que dentro da realidade jurídico e social que vivemos, temos a total falta de política pública para inserir as mulheres vítimas de violência em uma rede social que lhe garanta trabalho, educação e segurança a ela e aos seus filhos, e a mulher sem condições mínimas para oferecer o sustento aos seus filhos, se sujeita à s agressões para não deixar sua prole indefesa junto ao pai, para não serem eles os agredidos.

Nesse contexto, as mulheres que apanham de seus companheiros e com eles permanecem após serem espancadas, assim o fazem por estarem fracas demais para revidarem, abandonadas demais para agirem, sofridas demais para compartilharem a dor, ignoradas demais para se expressarem e empobrecidas demais para partirem.

E de quem é a culpa?

A culpa é sua.

A culpa é minha.

A culpa é nossa.

Somos nós, os omissos, que erguemos o chicote junto com o agressor.

 

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