Os humildes

“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.” (Mateus 5.5)

A humildade não é uma virtude simples de ser reconhecida. Há muitas variações falsas no mercado. Ela diz respeito à capacidade de uma pessoa em reconhecer as próprias limitações e nutrir modéstia em lugar de altivez ou presunção. Todavia, o valor verdadeiro da humildade está em sua presença no modo como nos relacionamos com os outros. A humildade é uma virtude relacional e não apenas o modo como nos vemos. Envolve o modo como vemos e tratamos o outro. Os humildes são aqueles que se dispõe a colocar de lado suas credenciais e seus direitos como forma de dar espaço e valor ao outro. Ser humilde é algo pouco presente nesse mundo voraz e competitivo, mas é um valor inegociável no Reino de Deus.

Aqui, tem mais quem pode mais, quem grita mais, quem briga mais, quem é mais bravo e poderoso. Mas na visão de Jesus, sob o ponto de vista do Reino de Deus, felizes são os humildes e são eles que, por fim, receberão a terra como herança. Os humildes estão inseridos na lógica da graça: estão aprendendo a viver da dádiva, e não da conquista; da benção, e não do prêmio. Eles não pretendem vencer sempre, ter razão sempre, serem os donos da verdade sempre. Eles sabem recuar, dar espaço, aceitar. Eles conseguem se calar e esperar. Não há muita gente assim andando pelas ruas e, infelizmente, também não há muita gente assim frequentando os templos e entre os membros de igrejas. Mas deveria haver.

No Reino de Deus a humildade está no topo da lista e entre as virtudes a serem aprendidas pelos filhos de Deus. Ser povo de Deus tem a ver com isso, com sermos pessoas que agem orientadas pelos valores do Reino de Deus. Não são as pessoas da igreja, da religião. Povo de Deus não é uma denominação a ser empregada a respeito das pessoas de nossa ou de qualquer outra igreja, apenas porque fazem parte dela. Mas uma designação que deve nos lembrar do tipo de conduta, o tipo de valores que devemos nutrir. Jesus é quem lidera a fila do humildes. Ele esvaziou-se voluntariamente e tornou-se um de nós. Entre nós, serviu obedientemente até ao ponto de morrer na cruz. Felizes os humildes. Eles herdarão a terra, pois o céu, pela fé no Humilde Filho de Deus, eles já receberam.

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