Orientações para a vida cristã – Parte 6

“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (1 Coríntios 15.58)

Dedicar-se à obra de Deus, como temos visto, é mais do que participar dos grupos da igreja e das atividades eclesiásticas. Essas atividades contam, mas se forem somente elas, talvez isso indique que estamos vivendo mais como religiosos do que como cristãos. A dedicação à obra de Deus é um estilo de vida, um jeito de ver as coisas e de lidar com as pessoas. A dedicação à obra de Deus nos modifica. As vezes oramos anos e anos para mudar e nada muda. O que nos falta é nos lançar à obra de Deus. Sendo tudo que é e tendo as implicações que tem, ela é um lugar de transformação para nós. E sim, dedicar-se a ela também afeta o tipo de relação que temos com o dinheiro que torna-se nosso. Pelo tipo de mundo em que vivemos, em que o dinheiro é tão importante e desejado, o compromisso financeiro com a obra de Deus é uma importante evidência de que a levamos a sério. É fácil dizer: eu faço parte, desde que não precisemos colocar a mão no bolso.

Em que sentido o meu dinheiro e a obra de Deus estão relacionados? O problema deste tema é o mercado da fé que explora financeiramente pessoas. Ele propõe um tipo de relacionamento utilitário com Deus: você dá dinheiro para receber bençãos. O fluxo desse “negócio” é movido pela ambição pecaminosa. De quem pede e de quem dá. A dedicação à obra de Deus não passa por esse caminho. Ele é profano aos olhos de Deus. Estamos no caminho certo quando o dinheiro, assim como nosso tempo e os talentos que temos, são parte de nossa adoração. Em lugar de ambição, o que nos motiva é a gratidão. E em lugar de obrigação, o que nos move é a generosidade. Nosso dinheiro é doado por gratidão e como expressão de nosso amor generoso. E fazemos isso com zelo, cuidando para que ninguém nos explore ou nos use. Não o fazemos como forma de obter benção ou alcançar prosperidade. As Escrituras, somente quando manipuladas, dão base para se pensar de outra forma. E há muitos fazendo isso por ai.

O que devemos entender é que não podemos usar nosso dinheiro como quem não conhece o Evangelho e não podemos ler o Evangelho sem pensar em como devemos usar nosso dinheiro. Não se quisermos viver verdadeiramente a nossa fé. Não se trata de voto de pobreza, embora alguns abracem tal virtude. Não se trata se sentir-se culpado pelo que se tem ou por desfrutar do que se tem. Mas de servir ao Reino com o dinheiro em lugar de apenas usa-lo para os próprios interesses e satisfação. A obra de Deus também se faz com dinheiro. E na relação entre ele e a obra de Deus, três palavras merecem destaque: compromisso, generosidade e alegria. Devemos doar como parte de nosso compromisso; devemos faze-lo com generosidade diante das necessidades e desafios; devemos faze-lo com alegria, gratos pela benção de podermos servir. Tem sido assim com você? Não importa quanto você tenha. Se você e seu dinheiro não estiverem sob a influência do Evangelho, o seu dinheiro alimentará sua pobreza e imaturidade espiritual e nenhum uso que faça dele compensará isso.

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