“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (1 Coríntios 15.58)
Jesus nos mandou amar uns aos outros, mas as vezes agimos como se tivesse nos mandado consertar uns aos outros. E com isso criamos dois problemas: jamais nos consertaremos uns aos outros – problema um; e ocupados tentando, deixaremos de nos amar – problema dois. É certo que devemos cuidar uns dos outros e isso pode incluir cosias como confrontar, apoiar, ajudar de várias maneiras, conversas difíceis, mas antes de tudo isso precisa vir o amor. Se não estivermos comprometidos em nos amar, não estaremos capacitados a nenhuma daquelas coisas. Sem o amor que devemos ter uns pelos outros não teremos o coração adequado para cuidar uns dos outros. Teremos falta de respeito, compreensão, bondade, misericórdia e tantas outras coisas fundamentais. Nosso objetivo será mudar o outro. Torna-lo adequado ao nosso gabarito. Mas Jesus não faz isso conosco! Ele disse que devemos amar uns aos outros, e não apenas como amamos a nós mesmos, mas como Ele nos amou (Jo 13.34). Ele está com você porque você atende todos os requisitos? Não. Ele ama você. Você é bom o bastante? Não. Ele ama você. Você é um pecador? Sim. Mas Ele ama você.
Dedicar-se a obra do Senhor envolve esse aprendizado indispensável: amarmos uns aos outros. E não o cumprimento da tarefa de nos consertarmos uns aos outros. Devemos nos amar com nossas diferenças, com nossas discordâncias, com as fraquezas e falhas que cada um de nós tem. E nos amando poderemos nos ajudar a melhorar. Tenho a sensação de que alguns de nós sentem-se ofendidos quando um irmão faz alguma coisa que, a seus olhos, ofende a Deus! Tomam as dores de Deus e tratam com rigor quem falhou, em nome de Deus. Não encontro esse comissionamento no Evangelho de Cristo. Jesus não veio para isso e nem nos envia para fazer isso. Como pecadores que somos e diante do dever de amar, deveríamos clamar pela misericórdia de Deus, pedir que Deus tenham paciência com o nosso irmão. Julga-lo é assumir um lugar que não é nosso. Além do que, em algum momento, ainda que por outras falhas, estaremos exatamente na mesma posição, tendo falhado em ser ou agir como deveríamos. Deixe Deus julgar e punir o seu irmão, se assim Ele quiser! A você cabe clamar por ele, colocar-se ao lado dele.
Há outros que se sentem responsáveis, entendendo que precisam mostrar ao outro o seu pecado ou Deus cobrará deles. Não esqueçamos: é do Espírito Santo esse ministério. Podemos sim falar ao nosso irmão sobre algo que em nossa vista, ao nosso modo de olhar, possa ser ofensa a Deus, mas movidos por amor verdadeiro, pois aí não invadiremos a vida do nosso irmão e não condicionaremos nossa relação com ele à resposta que dará à nossa atitude. Mas lembremos sempre que a nossa missão primordial não é consertar as pessoas, é amá-las. Ocupe-se em aprender a amar, respeitar e acolher as pessoas. Afinal, nossos problemas de fato, como cristãos e igrejas, não são os pecados que acontecem entre nós. É nossa fraqueza em amar como Jesus mandou.