“Vocês, orem assim: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6.9.10)
Sim, há um jeito adequado e uma oração certa. O fator determinante é o coração, mas também os assuntos importam. Na oração do Pai Nosso, Jesus nos deu mais que um modelo para repetirmos. Ele nos deu uma teologia da oração e uma oração para orientar nossa teologia. Na Oração do Pai nosso o que mais importa vem primeiro e leva todas as demais coisas para o lugar certo. Nela, estamos diante de Deus, cujo Reino e a vontade devem prevalecer. Neste sentido, ela nos ensinar a orar não para sermos ouvidos e atendidos, mas para nos comprometermos e obedecermos. Oramos para aprender a ouvir Deus, nosso Pai, aquele cujo nome é Santo, mas que recebe pecadores como filhos.
Aprender a orar é uma necessidade de todos nós. Por isso precisamos orar mais, porém, da maneira certa. A Oração do Pai Nosso nos convida a ser dependentes nas pequenas coisas, para aprendermos a sê-lo nas grandes. O pão de cada dia precisa ser mais que uma conquista para nós. Precisa ser uma dádiva. A dependência em relação a Deus não nos infantiliza. Ao contrário, nos emancipa. Ter o pão como dádiva (e tudo mais) possibilita-nos desenvolver generosidade e gratidão. Pessoas generosas e gratas encontram satisfação. O pão será sempre bastante e não precisa ser muito. O pão é mais que o pão, é tudo que envolve nossa vida física e material.
Não poderemos jamais orar sem que nosso próximo participe de nossa oração. A atitude que exclui o outro afasta Deus. Por isso Jesus nos desafiou a orar com o compromisso de só pretender receber o que estivemos dispostos a dar. Por isso na oração o perdão que damos passa a ser o padrão do perdão que esperamos receber. Ao orar devemos pedir ajudar para não cairmos. Essa é uma boa ambição – permanecer de pé! As vezes pedimos tantas outras coisas e esta não, sendo que a falta desta pode prejudicar todas as demais. O mal é nosso inimigo íntimo e precisamos de Deus para resistir a ele. Termino parafraseando o poeta: a oração já sabemos de cor, só nos resta aprender. E como será bom se aprendermos, pois se orarmos como devemos, nos tornaremos as pessoas que devemos. E é isso é que é (ad) oração: ser!