Oração de Jesus

“E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres.” (Marcos 14.36)

Esta foi a oração de Jesus. Singela, objetiva e profunda. Verdadeira e acertada, como devem ser as nossas orações. Jesus clama ao Aba, termo aramaico que denota intimidade, como quando uma criança chama pelo pai. Jesus é o Filho clamando ao Pai. Só há oração quando há um relacionamento ou para que haja um relacionamento. A oração não é um meio de se obter coisas. Não devemos orar como quem vai a um guichê de atendimento fazer a solicitação e esperar as providências.  Orar é se colocar em conversa com Deus e o ponto de partida é quem Ele é para mim e quem sou eu para Ele. Não somos clientes, não somos pedintes, não somos contratantes e nem sócios para fazermos negociação em que as parte devem a contrapartida (jejum, “propósito”, promessa, etc.).

Aprendemos com Jesus que devemos orar completamente certos de que Deus pode fazer o que pedimos. Nada é difícil para Ele! Ele pode todas as coisas. A questão não é se Deus pode, pois Ele tudo pode! A questão é outra! Aprendemos com Jesus que devemos ser verdadeiros ao orar, expondo da forma mais clara e sincera nosso coração. Jesus veio para morrer por nós, mas no Getsêmani Ele desejou não morrer! A autenticidade na oração é indispensável e somente nela poderemos enfrentar, verdadeiramente, o desafio de aceitar perder para Deus. Só assim poderemos, verdadeiramente, chegar a dizer “seja feita a tua vontade”. Quando oramos como filhos de Deus (relacionamento) não precisamos temer nossa falta de merecimento porque sabemos que somos amados. Quando cremos no poder de Deus (confiança), nos sentimos encorajados a orar.

Mas o ponto crucial nesta oração de Jesus e que faz toda a diferença é a submissão de Jesus à vontade do Pai. “Contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres.” Esta é a parte mais complexa. É nossa grande dificuldade. Quando queremos muito algo e desconfiamos de que talvez não seja a vontade de Deus, estamos no perigoso lugar de resolver as coisas por nós mesmos. Não queremos perder tempo a acabamos perdendo. Não queremos perder a oportunidade, e acabamos perdendo. A vontade de Deus nem sempre é confortável, mas é sempre confiável. Sua contradição se revela, cedo ou tarde, a pior escolha. Ganhamos, mas perdemos. Alcançamos, mas não ficamos satisfeitos. Considerando a oração de Jesus, como tem sido a nossa oração?

ucs

 

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