A Operação Caracará, deflagrada nesta quarta-feira (14) com o objetivo de desarticular um esquema de sonegação fiscal, resultou na prisão de 24 acusados, sendo 19 empresários, nove policiais, um contador e um agente de tributos do Estado. A ação foi composta por uma força-tarefa que envolveu as secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Segurança Pública (SSP), a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), o Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça da Bahia
De acordo com o secretário de Segurança Pública, César Nunes, somente nos últimos cinco anos, o esquema fraudulento provocou um rombo de R$ 1,6 bilhão nos cofres públicos dos estados da Bahia e de Sergipe. A ação,que contou com 30 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão, teve como alvo empresários, transportadoras e contadores que juntos formavam o maior esquema de sonegação já registrado no estado.
Segundo a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa da Sefaz, empresários contratavam as transportadoras para que essas não efetuassem a parada obrigatória nos postos de fiscalização, agindo principalmente nas regiões de Itabuna, Alagoinhas, Irará, Conceição de Jacuípe e Vitória da Conquista e Salvador. Bebidas quentes, aves congeladas, farinha de trigo e açúcar foram algumas das mercadorias transportadas pelos fraudadores, estimando-se uma perda de R$320 milhões por ano aos cofres públicos, o equivalente a R$27 milhões por mês.
A Operação Caracará é resultado de uma investigação que teve início há três anos e contou com o apoio de 315 servidores, entre promotores públicos, policiais civis e militares e servidores fazendários. O Ministério Público já pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal dos suspeitos de envolvimento no esquema. “Além disso, a Justiça já deferiu o sequestro de bens dos acusados, entre eles, 136 caminhões e dez imóveis e o bloqueio da conta bancária de doze envolvidos na fraude”, afirmou Cesar Nunes.
Fonte: Thiago Pereira / Tribuna da Bahia