“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mateus 7.3)
Por quê? Qual a razão de você prestar tanta atenção no cisco que está no olho do seu irmão enquanto simplesmente ignora a viga que está no seu? Jesus nos faz este questionamento. Ele lança mão de uma hipérbole: diz que há uma viga em nosso olho e diz que há um cisco do olho do nosso irmão. Ele exagera para nos chamar a atenção. Para a atitude que espera de nós. Ainda que em nosso julgamento a viga esteja no olho do nosso irmão, devemos assumir a perspectiva do Mestre. São nossos próprios atos, intenções e atitudes, os nossos erros e não os de nosso irmão que devem ficar sob nossa lente. É em nós mesmos e não na vida do nosso irmão que devemos procurar falhas. Somente na medida em que cuidarmos de nós mesmos é que poderemos ser úteis ao nosso irmão. Não somos chamados para sermos juízes uns dos outros (Mt 7.1-2). Se quisermos julgar, que seja a nós mesmos.
Uma viga não se acomoda no olho da noite para o dia. Há pecados que vão se repetindo e criando seu próprio espaço em nossa perspectiva. Já não nos incomodam tanto quanto antes. Depois de algum tempo nossos pecados já não nos parecem algo realmente ruim, que realmente precisemos evitar. Passam a fazer parte da paisagem de nossa vida. Deixamos de ver a viga. Por outro lado, por menor que sejam os pecados na vida do nosso irmão, pode ser que nos pareçam enormes e pensemos: como ele pode fazer algo tão reprovável? Parece que Jesus está chamando nossa atenção para um problema: cuidado para não torna-se sensível demais com relação aos pecados alheios enquanto revela-se completamente insensível aos próprios pecados.
Este ano, quanto a julgar pecados e reparar em falhas, vamos nos concentrar mais em nós mesmos. Vamos lamentar mais os nossos próprios erros e julgar a nós mesmos, se for o caso. Vamos nos inconformar com nossas falhas e não com as dos outros. Se quiser comentar sobre pecados, comente sobre seus próprios e não sobre os pecados dos outros. Vamos ser mais firmes conosco, não num sentido ruim, não de um jeito destrutivo. Não se deixe levar por satanás, o acusador. Não acuse outros e nem a si mesmo. Este ano concentre-se na viga que entrava sua vida e considere como cisco o erro de seu irmão. E com a ajuda do Espírito Santo, busque perdão e mudança de vida. É dessa perspectiva que lidaremos melhor com pecados e cresceremos em santidade. Feliz 2018!