Oliver

Oliver

No momento em que escrevo, não lembro a raça do cachorro do meu filho. Memórias são assim. Elas tendem a nos enganar. Ele não faz barulho. Anda devagar, mal puxa a guia, às vezes rola, o que faz brilhar seu pelo castanho bem tratado. Este macho plácido, que sempre suspeito estar levemente deprimido, é exatamente o oposto do cachorro que conheci em Conquista. De onde Obama era irrequieto, quando o carro chegava, corria logo para perto. Oliver é pesado como um asno, e Obama era tão grande que nenhuma coleira conseguia segurá-lo. Gostava de atacar as galinhas, e por isso seu destino foi ser dado para outro dono. É uma dádiva passar algum tempo na minha mente lembrando de bons momentos do passado. O passado é sempre mais seguro, pois vem do fato de já sabermos como as histórias começam e terminam. As cenas do passado fazem nosso inconsciente transmitir a falsa sensação de que controlamos alguma coisa nesta vida. Obama do passado e Oliver do presente: é vida que segue.

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