No ano de 1972, em Munique, os jogos olímpicos estavam sendo considerados os melhores, mais pacíficos e tecnicamente perfeitos de todos os tempos, quando foram transformados no maior pesadelo já ocorrido na história das Olimpíadas. No dia 5 de setembro, oito árabes do grupo terrorista setembro negro invadiram a vila olímpica, mataram dois membros da equipe de Israel e fizeram outros nove de reféns. O que se seguiu, com a paralisação temporária dos Jogos e a morte de todos os reféns israelitas, ficou conhecido como o Massacre de Munique.
Com todas as bandeiras dos países participantes a meio mastro e uma missa no estádio olímpico em honra das vítimas, após 34 horas de interrupção os Jogos voltaram a acontecer, após a insistência e a célebre frase – para uns realista, para outros polêmica e para muitos, infame – do presidente do (COI), Avery Brundage: “Os Jogos devem continuar!.
Hoje no mundo existe estimativa de sete milhões de mortes pela covid, mas os jogos olímpicos devem acontecer, estas mortes não são mais pessoas, cheias de calor e esperança e medos e sonhos. Não mais almas vivas que respiram, e o espetáculo deve continuar, a vida é um eterno recomeçar. Esquecer tudo, mortes e tragédia, enfiar o pé no acelerador, deixar para trás o retorno a dor, o puro cansaço da vida cotidiana cheia de tragédia e dor, negar tudo isto e seguir a força cega da vida.
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