Obviedades

O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram. Jean Piaget (1896-1980).

Já faz tempo, e foram bons, os momentos vivenciados e relativos à segunda metade do século XX, apesar de que na vida nem tudo são flores!

Aqueles com idade acima dos quarenta anos, com certeza, ainda recordam de situações mais que hilárias, por vezes constrangedoras, previsíveis em seus desfechos, que aconteceram pelas obviedades antevistas, a compor na mídia registros de uma época e de suas vicissitudes.

Nelson Rodrigues, jornalista, escritor brasileiro, torcedor fanático do fluminense, na segunda metade do século passado, cunhou expressões e figuras extraordinárias para registrar situações do seu tempo: “o obvio ululante”, “o complexo de vira-latas”, “o sobrenatural de Almeida”, dentre outros , através dos quais analisava , criticava e expunha situações da psique e do social brasileiros, ora através do futebol, ora dos personagens de sua dramaturgia.

A partir dos anos 50 do século passado, sequencia da redemocratização do País pós-segunda guerra mundial, observam-se mudanças na economia nacional mesmo ainda com a incipiência da industrialização e a prevalência do Brasil rural. A seguir, os voos maiores de Juscelino Kubitschek, presidente, para muitos, o maior impulsionador dos avanços nacionais na indústria de bases; na produção de alimentos, energia, infraestrutura de estradas e na educação; construção de Brasília, dentre outros setores do seu plano de metas, de forma a estabelecer, claramente, um novo modelo desenvolvimentista.

Vivesse os dias atuais, como retrataria Nelson a realidade nacional?

O complexo de vira-latas foi suplantado pela presença brasileira nos quatro cantos do mundo, não apenas pelo esporte e carnaval, em que somos referencias, mas, sobretudo, pela participação em mercados mundiais; na dicotomia importação versus exportação, com novos parceiros comerciais: China, Japão, Europa, países árabes, América Latina, sem descurar dos demais, como Estados Unidos.

A tecnologia fez-se presente no viver nacional, produzindo-se alimentos para o consumo interno e buscando desenvolver-se para competir além dos seus domínios territoriais, a partir de uma economia agrícola mais que pujante. A superação de gargalos outros infraestruturais como as questões da mobilidade urbana e rural em todos os modais existentes; expansão da oferta de serviços; formação do emprego e renda; igualmente na saúde e educação.

O Brasil de hoje é um outro em que convivem avanços sociais com desperdício, violências e , ainda, sequelas de exclusão social o que não tem permitido o crescimento harmônico e geral. Assinale-se, em boa hora e para o seu futuro, a indicação de uma gama substancial de recursos destinados à Educação, a partir da exploração das riquezas petrolíferas do pré-sal contido na plataforma continental brasileira.

Quem sabe, então – e isto se configura como a maior das obviedades antevistas – não significará por fim o tão desejado desenvolvimento com viés fundamentado na educação para todos, com a devida qualidade e abrangência a mais universal possível, no território nacional.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui