Vinha esse escriba em doce madorna, no interior do ônibus da Viação Santa Clara, se dirigindo para o almoço, quando, na altura do Hospital Sobrasa, deu para notar um inusitado ajuntamento. Nada mais era do que a máquina de asfalto da Prefeitura asfaltando a lateral da pista. Mas, pensei com meus cavos botões: “pra que esse asfalto?” O fato é que a tal lateral da pista é calçada com bloquetes poliédricos. Estão novos, os tais bloquetes, e o calçamento é bonito. Um engenheiro entendido no assunto explicou que o calçamento com bloquetes, para uma cidade de muita chuva como Teixeira, é mais eficiente que asfalto. Mais: com tanta coisa por fazer, para que asfaltar o que já está calçado?
Resposta: são obras eleitoreiras, dessas que surgem quando as eleições se aproximam.
Tanta coisa por fazer…
Imprensa
À medida que vão se aproximando as eleições, nossos órgãos de imprensa vão tomando suas posições, contra ou a favor de determinados candidatos. Em Teixeira de Freitas e Porto Seguro, o mais comum são posições tomadas pelas rádios, a sua maioria absoluta em mãos de políticos. Ter lado, nesse caso, não é pecado. O que pega é que, muitas vezes, as rádios falseiam a realidade, agridem outros candidatos sem dar a eles direito de qualquer defesa e costumam transformar programas ditos populares em pátios de milagres e exploração da miséria humana, influenciando negativamente o eleitor. Os casos estão aí, às dezenas. Como combater? Quem deve cobrar coerência dos meios de comunicação é o público, não aceitando esse tipo de programa.
Será que vai?
Rocinha
Completou-se com sucesso a ocupação da Rocinha, sem que um só tiro tenha sido disparado, até porque, para que fugissem, os bandidos foram avisados com antecedência. Agora, começa o processo de instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). É bom ficar de olho nas denúncias sobre um acordo feito entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e os traficantes: eles não usariam violência e o tráfico continuaria. Quem conhece Sérgio Cabral aposta que debaixo desse angu tem caroço.
Convém vigiar.
Será?
Fontes de alto coturno do Legislativo Municipal em Teixeira de Freitas confidenciaram a esse escriba que é iminente o processo por quebra de decoro parlamentar que poderá sofrer o vereador Júlio Garotinho. Mestre em acusar sem dizer nomes,Garotinho afirmou em sessão que determinado dono de loteamento teria acusado dois vereadores de terem pedido propina a esse empresário para que votassem a favor do licenciamento. O empresário, em depoimento à CPI, negou ter afirmado isso e o vereador está sendo cobrado para dar o nome dos edis propinados.
Já tem vereador com a caneta pronta para assinar o pedido de processo contra Garotinho.
Pedido
Um candidato a candidato a vereador de Teixeira de Freitas foi pedir voto à Senhorinha do Hotel Caraipe. Senhorinha parabenizou o futuro candidato, afirmando ser esse um bom nome. Direta, acrescentou: “não voto em você porque tenho compromisso com Lula.” Sem deixar cair o elã, o futuro candidato devolveu: “excelente nome; Lula está resgatando a independência do Legislativo.” Tudo muito civilizado, cada um tomou seu rumo.
É difícil praticar a educação?
Cidadania honorária
Na entrega dos títulos de cidadania honorária, comentou-me um cidadão de alto coturno da Câmara que o vereador Teté se recusou a votar em João Bosco Bittencourt. Segundo me segredou o cidadão informante, não foi por causa de João, de quem ele gosta muito. Não votou por causa do vereador Henrique, que, segundo Das Frutas, bate muito em seu candidato a prefeito, Timóteo Brito.
A vingança, dizem os mafiosos, é um prato que se torna mais gostoso quando é comido frio.
Mudança de data
Concluía esse escriba essa coluna, quando foi informado que a vinda do ex-ministro Nilmário Miranda à cidade foi adiada. Nilmário estaria em Teixeira de Freitas na sexta-feira, dia 18, mas motivos de última hora impediu a sua vinda, que acontecerá em data a ser confirmada. Por causa dos últimos acontecimentos, faz-se urgente a presença em Teixeira de alguém que tem legitimidade para tratar do assunto “Direitos Humanos”.
Se é que nos fazemos entender.
Pergunta do fim do túnel
“A terra é seca, cheirosa
Tudo que se planta dá.
De perto ela é amarela, de longe parece o mar.
É tão grande e vai tão longe
Que ninguém chega até lá,
Não tem começo nem fim
E nunca vai se acabar.
Nela cabe todo mundo,
Planta, bicho, rio e mar.
Por que será que uma terra
A gente tem que comprar?” (Reinaldo Vargas, do MST)