O Sollo homenageia a mulher, Rainha da Vida

Pode parecer exagero haver um dia especial para homenagear a mulher, o dia 8 de março, mas não é. Pelo contrário: todos os dias deveriam lembrar com festas a mulher, por ela, simplesmente, ser dona da vida. A homenagem do Sollo ao Dia internacional da Mulher é a homenagem de quem acredita que todos os dias são delas.

Aqui homenageamos àquelas que, no dia 25 de março de 1911, tombaram mortas em um incêndio em uma fábrica em Nova York.

Homenageamos as mulheres que, desde o final do século 19, protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

Somente em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o “8 de março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

No Brasil, as homenagens são várias, em todos os cantos do país. Mas há homenagens que se traduzem por práticas e essas são valiosas. Uma delas é o reconhecimento do voto feminino, que aconteceu há 82 anos. O direito das mulheres em escolher seus representantes foi garantido em 1932, através do decreto 21.076 do Código Eleitoral Provisório, após intensa campanha nacional.

Com a consolidação da participação feminina nas eleições, a mulher passou a conquistar cada vez mais o seu espaço no cenário político brasileiro. Hoje, há mulheres em todos os cargos eletivos. Além da Presidência da República, exercem mandato duas governadoras, 11 senadoras, 45 deputadas federais e 134 deputadas estaduais. A essas mulheres e àquelas que as elegeram, o Sollo homenageia. Também homenageamos a luta das mulheres que trouxeram à luz a Lei Maria da Penha, Bíblia da luta contra a violência contra a Mulher. Homenageamos as mulheres baianas que lutaram na independência da Bahia e do Brasil e nas diversas revoltas contra o despotismo. Homenageamos a doce Irmã Dulce, que soube fazer de sua vida um momento maior de amor ao próximo. Homenageamos a mulher trabalhadora, a dona de casa que, muitas vezes, luta em uma jornada tripla de trabalho e ainda é obrigada a disputar os filhos com bandidos e traficantes. Homenageamos a todas as mulheres, de todas as cores e raças, de todos os países, de toda essa diversificada Bahia. Nossa homenagem, quando homenageamos todas as Marias, é uma homenagem ao Amor, maior dom da Mulher. A essas homenageamos, com carinho e com respeito, entendendo que a luta das mulheres é a luta de todos nós: 

“Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.” (Adélia Prado)

 

 

 

 

 

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