“Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino.” (Lucas 12.32)
“Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter, para receber o que não pode perder!”. Citei esta afirmação na última devocional e gostaria de iniciar voltando a essas sábias palavras do missionário Jim Eliott. O que podemos reter? O que temos poder para garantir? Na verdade, coisa alguma. Somos frágeis e vulneráveis. Uma multiplicação imperceptível de células pode evoluir e colocar em risco toda nossa segurança física. É como um câncer aparece e muda toda a rotina. Nossos bens, pelo que tantos nos esforçamos, tem eficiência limitada. Há muitas coisas para as quais eles de nada valem. Não podemos comprar amor, paz, significado existencial… Não podemos comprar amigos, relacionamentos saudáveis ou qualquer das cosias que verdadeiramente dão sentido e contribuem decisivamente com a nossa existência. Como dizia Einstein, nem tudo que conta pode ser contado e nem tudo que pode ser contado, conta!
Agora, aquilo que Deus nos dá, aquilo que Ele decide que será nosso ninguém pode tirar de nós. Os pecados perdoados por Deus perdem completamente o valor no universo. A reconciliação realizada por Deus une eternamente pecadores a Ele e nenhum tipo de contratempo ou fraqueza muda isso. Somos eternamente recebidos como filhos e nada mais pode nos separar do Seu amor. Foi do agrado dele dar-nos o Reino. Uma decisão do Senhor Soberano, inquestionável, irrecorrível, de dar o Reino aos pequenos, aos que creem aos que apostam a vida na obra de Cristo. E não importa quanto tenhamos quanto saibamos quanto neste mundo possamos, todos podemos estar entre os pequeninos a quem o Reino é dado. Ser pequenino é uma grande conquista espiritual. Não podemos conquistar o Reino, mas podemos nos fazer pequeninos, nos submeter a Deus. Crer, confessar, pedir ajuda, busca ajuda, clamar por perdão, libertação, direção. É assim a vida dos pequeninos. Podemos pedir santidade e nos comprometer em ser santos. Essa é a vocação dos pequeninos.
O Reino é a presença de Deus. O Reino não respeita espaço físico, não depende de sacerdotes, não cobra ingresso e nem exige sacrifícios. Não há um preço a pagar pelo Reino, pois Jesus pagou todo o preço. Qualquer esforço que nos seja necessário jamais será um preço pago pelo Reino! Pois o Reino é dádiva da graça e do amor de Deus. Nele somos matriculados na escola da semelhança com Deus. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, mas nos perdemos dele com o pecado. Isso nos desfigurou por dentro. Fez-nos confusos e suscetíveis a enganos e ilusões. Mas Deus nos amou, enviou-nos Jesus e nos convida a receber de volta o Reino. E assim ele pode nos recriar. A vida no Reino é uma vida de mudanças, de transformação, de aprendizado e crescimento. Não devemos empobrecer algo tão sublime acolhendo uma fé que é apenas a crença em aparatos religiosos. Há muito mais para nós. O Reino nos foi dado!