“Ai de vocês, fariseus, porque dão a Deus o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a sorte de hortaliças, mas desprezam a justiça e o amor de Deus! Vocês deviam praticar estas coisas, sem deixar de fazer aquelas. Ai de vocês, fariseus, porque amam os lugares de honra nas sinagogas e as saudações em público! Ai de vocês, porque são como túmulos que não se veem, por sobre os quais os homens andam sem o saber!.” (Lucas 11.42-44)
Há muitas pessoas incomodadas com Deus. Algumas se incomodaram ao ponto de desistir da fé. Nada é tão insuportável em Deus como Sua omissão diante de questões que claramente justificam o uso de seu poder divino! Quais são as suas reclamações? Quem não teria pelo menos uma? Ele parece que deixa as pessoas boas morrerem e as pessoas más viverem! Fica calado demais, deixa dúvidas demais, dá liberdade demais para certas pessoas que, se fôssemos Ele, já teríamos… melhor nem dizer! Mas, e quanto ao que, em nós, o incomoda? Nem sempre pensamos nisso. O que em mim incomoda a Deus?
Jesus expressou várias vezes seu incômodo com a hipocrisia e superficialidade religiosa dos fariseus. Ele veio para buscar os perdidos e chamar os doentes. Por que os fariseus o incomodavam tanto?! Talvez pelo fato de que fossem pecadores inacessíveis a Jesus. Religiosos de uma forma que os mantinha distantes do amor que levou o Pai a enviar o Filho. Jesus sabia o que fazer com a mulher adúltera, com a samaritana, com o publicano, mas nada podia fazer pelos fariseus! Ele apenas podia lamentar: “aí de vocês! Que pena! Fazem tanto esforço por nada!” Isso me impressiona e desperta um certo temor. Que incômodos tenho causado em Deus?
Meus pecados o incomodam e me fazem mal. Devo confessá-los e abandoná-los sem demora. Devo evitar justificativas e arrepender-me. Isso é claro para mim. Mas e minha justiça própria, minha superficialidade, meu orgulho religioso e prepotência? Eles podem até mesmo parecerem virtudes aos meus olhos! Lembra-se de Marta indagando a Jesus: “Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço?”, achando que Maria precisava ser como ela quando ela é que precisava ser como Maria?! Percebo que preciso orar mais: “Senhor, vê os caminhos maus que há uma mim e guia-me pelo caminho eterno!” E estou convencido de que é mais incômodo para Deus ter um servo como eu, do que para mim ter um Deus como Ele.