O PODER DO TESTEMUNHO

“Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.” (Salmos 40.3)

Cada vez menos pessoas estão dispostas a ouvir uma mensagem cristã. Sou cristão e, peço licença para desabafar, cansam-me e não tenho muito boa vontade para ouvir tantos recados, ler tantas postagens que querem declarar palavras de Deus para a vida dos outros. Na maioria dos casos vejo superficialidade, pura religiosidade e muito pouca lucidez sobre a vida. Não é bom ser um crítico dessas coisas, mas sinto-me entre amigos aqui para expressar minha opinião. O que estamos precisamos mesmo é ler vidas. Conhecer pessoas que vivam à luz do Evangelho. Que entoem um “novo cântico” com seus atos e forma de lidar com a vida e especialmente pelo modo como tratam pessoas.

O que estamos precisando é ver o olhar e o semblante de pessoas que acabaram de se quebrantar diante de Deus. Que se arrependeram e foram perdoadas. Que se surpreenderam com o amor e o cuidado de Deus e isso as tornou mais amorosas e cuidadosas com os outros. Sinceramente, sinto-me indisposto com a voz estridente e os gestos agressivos dos juízes da vida alheia, que demonstram uma enorme energia para condenar o pecado, mas muito pouco amor para cuidar do pecador e ouvir suas queixas, razões e desilusões. Como cristãos podemos e devemos nos movimentar dentro dos caminhos da política e do direito para defender os valores de vida expressos pelo Evangelho, mas não precisamos nos entrincheirar de armas em punho contra os pecadores do outro lado! Afinal, quem somos senão uma humanidade caída necessitada de redenção?!

Tudo isso me veio quando li o salmista dizendo de sua esperança: muitos verão o novo cântico que Deus colocou em minha boca e isso os levará a temer e a confiar no Senhor! O que as pessoas estão vendo em nós, como cristãos – pessoas alcançadas pelo Evangelho? Estamos conquistando a atenção delas pelo nosso modo de ser? Nosso maior compromisso é amá-las ou apenas deixar claro que não somos como elas? Temos pedido a Deus que as perdoe, como orou Estevão pelos que o apedrejavam? Você já notou que ele orou exatamente como Jesus na cruz? (At 7.60 – Lc 23.34) Precisamos voltar a começo e procurar discernir onde foi que abandonamos o poder do testemunho e optamos pela eloquência da mensagem. Onde foi que nos esquecemos de que o pão que nos alimenta e dá dignidade para viver, é uma dádiva graciosa de Deus e não um produto de nossas padarias? O mundo precisa ouvir. Nada fala mais alto que nossas atitudes.

 

 

ucs

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