O pior dia, o melhor dia

“Ao amanhecer ele apareceu novamente no templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-lo. Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos.” (João 8.2-3)

O pior dia, o melhor diaQue maneira terrível de começar um dia! Para Jesus tendo que suportar os mestres da lei e os fariseus, sempre procurando lhe armar ciladas teológicas, procurando algo para desacreditá-lo diante das pessoas. Mas para uma certa mulher de quem não se diz o nome, talvez fosse o pior dos dias. Ela foi apanhada em adultério – era casada e estava com outro homem. Quanta vergonha! Os religiosos a fizeram ficar “em pé diante de todos”. Em alguns círculos religiosos colocar alguém em pé diante de todos para admitir seu pecado ainda é praticado. Acredita-se que assim haverá temor para todos e remissão para quem pecou. Tenho muitas dúvidas sobre esse método.

Jesus sabia quem era aquela mulher. Conhecia o que havia se passado naquela noite e em tantas outras. Sabia também que os arautos da moral, os religiosos, não eram inocentes. Eles queriam saber se Jesus concordava com a lei de Moisés que ordenava o apedrejamento de adulteras. “Quem entre vocês estiver sem pecado, comece o apedrejamento” (v.7). Em instantes estava apenas Jesus e a mulher. Chegou a hora da virada: o pior dos dias se transformaria no melhor dos dias. “Nenhum deles pode condenar na você? Eu poderia, mas não quero. Eu não lhe condeno. Vá para casa e comece uma nova vida.” (vv.10-11)

Nenhum evangelista ocupou-se de contar o restante da história daquela mulher. Mas as possibilidades eram imensas. Quem recebe o perdão de Jesus jamais deveria esquecer o quanto precisa dele. Jesus sempre dá perdão e graça juntos. Livra da culpa e possibilita mudanças. É próprio da religião condenar e ameaçar. O máximo que isso produz é uma falsa moralidade e uma santidade puramente pretenciosa. Mas Jesus não. Podemos ficar em pé diante dele e assumir nossa culpa. Ele veio, não para nos condenar, mas para nos salvar. Ele nos mostra que é possível seguir em frente e abandonar pecados. Não pelo constrangimento ou ameaça, mas por seu amor, graça e perdão. Ele faz do pior, o melhor. Que virada!

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