“A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: ‘Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.’” (Lucas 18.9-10)
A autoconfiança é muito buscada e valorizada no mundo de hoje. Ela significa que seu possuidor está sempre (ou quase sempre) pronto para agir, demonstrando segurança e iniciativa. São estes os que têm mais chances de rapidamente crescer nas organizações modernas e normalmente atraem olhares. Mas diante de Deus os critérios são outros. Sua visão de mundo é anunciada a partir de um reino em que as coisas funcionam de forma muito diferente. Jesus contou uma parábola para dizer isso a alguns “que confiavam na própria justiça e desprezavam a outros”.
Há algo em nós, em nossa natureza caída, que sempre será vulnerável à corrupção. Podemos aprender intelectualmente e 100% concordar com o fato de que orgulho e presunção são coisas a serem evitadas. Mas isso não nos imuniza, não garante que conseguiremos evita-las. Somos tão corruptíveis que podemos fazer as coisas certas por razões erradas – como entregar o dízimo (o que é certo) para poder receber bênçãos (o que é errado). Podemos também, depois de ter feito o que é certo e até mesmo pela razão certa, achar que, por isso, somos melhores ou superiores aos demais, corrompendo o fruto da justiça que praticamos. Por isso ser cristão não é uma carreira solo: precisamos e Deus e de pessoas ao nosso lado!
Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano e, como outras, deve ter intrigado bastante seus ouvintes. O fariseu, que tanto sabia da Lei e que procurava praticar com zelo suas orações e jejuns, “andando” tanto com Deus demonstrou um coração reprovável a Deus. O publicano, um transgressor reconhecido da lei, possivelmente envolvido em tantas coisas que Deus desaprovava, manifestou um coração quebrantado e atraiu o olhar de Deus. Deus não vê pessoas como pessoas veem umas às outras. A relação com Ele é misteriosamente fiel aos Seus princípios. Ele sempre quer nos guiar pelo caminho seguro. Afinal, nem todo que diz “Senhor, Senhor” pertence ao Reino!