O novo e o velho

“Em resposta, Jesus declarou: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”. (João 3.3)

Esta foi a palavra de Jesus a Nicodemos, um mestre das Escrituras dentro da religião judaica. Ele não fez pergunta alguma, mas ao se aproximar, Jesus foi direto ao ponto e declarou a necessidade de um novo nascimento. Com isso, estava dizendo que havia uma diferença entre o modo como Nicodemos entendia a fé e a vida e o modo como Ele, Jesus, as entendia. Nicodemos precisaria abandonar o seu próprio jeito e aprender um novo. Ele precisaria conhecer o amor, a graça e a misericórdia de Deus.

Nascer de novo é algo profundo, somente realizável por Espírito Santo em nossas vidas. Jesus, um pouco mais a frente neste capítulo, vai dizer a Nicodemos: “O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.” (Jo 3.6-7) Há neste diálogo um ensino precioso para nós. Uma vez que cremos em Cristo, precisamos seguir em frente nascendo de novo, nascendo do Espírito. Nossa velha lógica e maneiras de lidar com a vida precisam ser substituídas pelo novo que inspira-se no Reino de Deus. O novo em que o amor supera a razão e a lógica. O novo em que a graça redefine os critérios. Quanto mais o novo nascimento se completa em nós, mais amadurecemos espiritualmente. Sem o novo, não há maturidade. O que sempre foi precisa deixar de ser!

Precisamos avaliar isso em nossa caminhada cristã. Podemos ter muito conhecimento bíblico e experiência religiosa, mas ainda ser guiados pelo velho, pelo que já deveria ter dado lugar ao novo. Sabemos dar a resposta certa, nos saímos bem na teoria, mas na hora de agir, muitas vezes fazemos do jeito velho. O Evangelho que nos alcançou é o Evangelho da Graça, do novo, da mudança e da transformação. Nascendo de novo, no Espírito, o fruto do Espírito se revelará em nossa vida. Fruto novo, em que o amor, a bondade, a misericórdia, a alegria e tantas outras coisas belas estão presentes. Talvez estejamos vendo pouco do Reino de Deus. Talvez haja ainda muito do velho. Que o novo chegue pelo poder do Espírito!

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