O limite de Deus

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.”
(João 3.16-17)

Até onde Deus iria para salvar um pecador? Faça essa pergunta a Jesus e, lendo os Evangelhos, procure encontrar a resposta. Vou te dar algumas sugestões: leia a parábola do filho pródigo com essa pergunta em mente. Quem seria Deus na parábola e como ela responde à pergunta? Leia também o encontro de Jesus com a mulher samaritana. Procure entender as implicações sócio-culturais da atitude de Jesus e encontre no texto mais uma resposta. Veja também o relacionamento de Jesus com os discípulos. Lembre-se, Judas Iscariotes também é um deles. Leia a parábola do semeador. Veja a disposição do semeador em lançar sementes, em investir. A ideia não é nos ocupar do modo como os pecadores reagem a Deus, mas do modo como Deus se dispõe a agir em relação aos pecadores!

Se não quiser ler os textos que sugeri, fique apenas com o de hoje. Ele é mais que o bastante para responder à pergunta que abriu nossa reflexão. E, na verdade, não há distância maior que Deus tenha percorrido, não há esforço maior que Deus tenha feito, não há entrega maior ou sacrifício maior do que o declarado neste texto. Para nos salvar, Deus entregou Seu Filho. Entregou o máximo possível. Para o Deus sem limites, a entrega do Filho é a entrega limite. Nenhuma outra poderia ser maior! Por isso o apóstolo Paulo escreveu: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Rm 8.32) E então? Até onde Deus iria para salvar um pecador?

Não me interprete mal, não estou dizendo que Deus não tenha critérios ou vontades para nossa vida. Não estou dizendo que Ele não tenha algo a nos dizer sobre nosso modo de vida ou que não se interesse por promover algumas mudanças. Mas uma coisa estou dizendo: Ele foi às últimas consequências para nos salvar. Jamais entenderemos um amor assim. Ele nos amou sendo quem éramos e nos ama, sendo quem somos. Ele não nos melhorou para então nos amar. Tudo que Ele faz por nós é porque nos ama. Por isso, não poderemos conhecer a Deus se não amarmos, se o amor não for o centro de nossa espiritualidade. Não há relação possível com Deus sem amor. Não há mérito ou justiça própria que o satisfaça. Ele nos chama a agir como Ele mesmo agiu. Chama-nos a amá-lo e a amar as pessoas. Se nossa vida cristã não está centrada no amor, na verdade, não é cristã, por mais que nos pareça correta e até mesmo bíblica.

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