O jeito como as coisas são

“Também teve ainda sete filhos e três filhas. À primeira filha deu o nome de Jemima, à segunda o de Quézia e à terceira o de Quéren-Hapuque. Em parte alguma daquela terra havia mulheres tão bonitas como as filhas de Jó, e seu pai lhes deu herança junto com os seus irmãos.” (Jó 42.13-15)

Jó está renovado e sua vida foi restaurada. Mas ele é outra pessoa após viver tudo que viveu. Deus o recompensa em dobro e ele honra ainda mais a Deus, agindo de maneira nova e em conformidade com o coração de Deus e não de acordo com o espírito de sua época. Veja que Jó dá herança às suas filhas também, e não somente aos filhos. Isso não era o padrão, mas quem disse que as coisas são certas apenas porque “sempre foram” de certa forma? Chegamos a este mundo e o encontramos funcionando, entramos na engrenagem e fazemos o que? Somos produto do meio? Em que nossa fé mexe conosco e nos reorienta? Que “transgressões” nossa fé deveria nos propor?

Não precisamos ser produto da sociedade em que estamos. Afinal, como afirmou Francis Schaeffer, Deus é Deus que intervém! E porque Deus intervém, o que nos acontece não precisa nos destruir e nem nos determinar. Ainda que não faça o que eu gostaria, posso confiar que gostarei do que Ele fizer e me sentirei bem com o que eu fizer orientado por Ele. Afinal, Deus é a fonte da boa dádiva e do dom perfeito (Tg 1.17). Na história de Jó Deus aparece como fonte de sua dor e de sua cura, mas em todo tempo o apego de Jó a Deus é o que determina tudo. O que poderia lhe destruir, o faz melhor. Seu relacionamento com Deus é o tema do livro e esse relacionamento é o drama de Jó. Mas ele sabe que está seguro com Deus. Sempre estamos seguros com Deus.

Jó é incomum, por causa de Deus. E por causa de Deus podemos escapar do conformismo, podemos escolher como vamos agir, a despeito de como todo mundo age. E é a experiência de nos tornar melhores por causa de Deus, de fazer escolhas novas, escolhas de fé ao longo da vida, que pode nos salvar dos equívocos que a história humana diariamente converte em “o jeito como as coisas são”. As coisas sempre são de algum jeito, a questão é: “como deveriam ser?” Esta é uma boa reflexão, tanto para o nosso micro cosmos como para a sociedade em que vivemos. Pois devemos decidir quem seremos e como agiremos. Jó fez mudanças. Jó terminou melhor. Obrigado Jó por seu exemplo de fé, devoção e vida. Por nos lembrar que o jeito como as coisas são pode não ser o jeito como deveriam ser.

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