Nos passeios a Moreré, Boipeba e Morro de São Paulo, na maré baixa é possível mergulhar e o fundo do mar é bem mais bonito do que a gente pensa.
Esta vegetação, que nasce ao longo dos rochedos imersos, é muito sortida em cores, muito bem desenhada pela natureza. O verde varia em várias tonalidades, enquanto o azul é de uma tonalidade só. Os peixes são lindos. Há os azuis, com olhos rosados; há os negros, os cinzentos e os marrons, que ficam no fundo, chupando pedra, estes são mal-encarados, lentos e pensativos; mas a grande maioria é verde-água, com o corpo riscado de amarelo, coral e havana. São muitos e, por isso, se sentem mais senhores, mais seguros do direito de sassaricar à vontade. Só com os óculos de mergulhador, é possível olhar e descobrir as minúcias de um pequeno mundo e de umas felizes criaturas, vi a vida deste raso e salgado fundo do mar, vida que se não assume a importância da nossa, é mais bonita do que esta em que morremos, no asfalto, no fundo de um bar ou no hospital.
O fundo do mar é deslumbrante. Atingimos no mergulho um pouco dessa categoria de ser marinho, tão melhor que nós, em estar feliz e ser livre. Descubro que, antes dos óculos de mergulhador, só se sabia das artes perigosas e incômodas do mar; os naufrágios, os afogamentos, os enjoos de bordo, o temporal. O mar guarda essa beleza que, só descobrir depois de adulto.