O evangelho de Jesus

“A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo, que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.” (Gálatas 1.3-5)

Escolhi a expressão “estranha leveza do Evangelho de Cristo” nesta série porque em minha experiência cristã e na de muitos cristãos com quem tive contato, percebi que o Evangelho de Cristo foi ensinado ou tornou-se, por alguma razão, uma jornada pesada, estreita demais para caber a vida por completo. Porque tenho encontrado pessoas mutiladas emocionalmente, em conflito com a própria biografia e desfiguradas em sua identidade. Tudo em nome do Evangelho de Cristo, que nos prometeu “vida abundante” (Jo 10.10). Algumas vezes me perguntei: “do que Jesus está falando?”, porque não via abundancia de vida ao meu redor ou mesmo em mim, ao mesmo tempo em que ouvia e falava essa verdade.

O Evangelho de Jesus é verdade, e é poder. E é poder, porque é verdade. É um convite a reconsiderarmos quem somos e porque estamos aqui, enquanto nos leva de volta à presença (comunhão) com Deus, a quem as Escrituras revelam como Pai e Criador. O Evangelho de Jesus é a Mensagem do Reino de Deus e nos fala desse Reino ao mesmo tempo em que nos inclui neste Reino. Não é uma propagando sobre o Reino de Deus e o anúncio das regras para se poder entrar lá. É a declaração de que o Reino de Deus chegou e nós fomos criados para ele, somos amados por Deus e chamados para tomar parte dele, para nos sentar à mesa do Rei.

O Evangelho de Jesus não poderia ser resumido num conjunto de declarações teológicas, pois está além disso. Ele é vivo pois é uma pessoa e a própria pessoa de Jesus. É o anuncio do que Ele fez e o ensino de como viveu, e só pode ser experimentado pela fé e compromisso. Não é algo de que nos apoderamos, aceitamos e seguimos. Por ser o próprio Cristo, é Alguém que nos aceita, envolve e guia. A primeira reflexão a fazermos é nos perguntar: “como me sinto diante do Cristo do Evangelho que creio?” Incapaz? Capaz? Incompleto? Completo? Fraco? Forte? Sob obrigações? Livre de obrigações? Culpado? Em paz? E a segunda pergunta é: “Como se sentiram as pessoas que se encontraram com Jesus?” Amanhã seguiremos deste ponto.

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