“Toda a lei se resume num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. (Gálatas 5.14)
Esta afirmação não é de Paulo, é de Cristo. Paulo a ensinou porque ele mesmo a recebeu para aprender a vive-la. Não haveria um resumo mais completo e desafiador para tudo que se pretendeu estabelecer na religião como norma de vida. Os judeus receberam o decálogo e dele derivaram centenas, talvez milhares de outras normas. Falando de dentro da cultura judaica e respondendo aos mestres da lei, Jesus afirmou que tudo se resumia no amor ao próximo e a Deus.
Escrevendo aos cristãos de Corinto, Paulo afirma que, sem amor, tudo, por mais excelente que pareça, por mais espetacular, santo ou sublime aos nossos olhos, não tem valor algum: ainda que eu fale a língua dos anjos, faça milagres, conheça todos os mistérios, entregue tudo e ainda meu próprio corpo em sacrifício, sem amor, não vale nada (1Co 13.1-3). Paulo não está dizendo que cada uma daquelas coisas é sem valor, mas que seu valor só existe se a razão, a motivação, for amor. Muito facilmente podemos ser guiados por egoísmo, vaidade, ambição e outras coisas semelhantes, e com isso, tornar sem valor as “virtudes” de nossa religiosidade.
Como os gálatas e os coríntios, precisamos lembrar que o amor é única motivação aceitável na vida cristã. Precisamos aprender a amar e aprende-se a amar, amando. Precisamos agir, ter atitudes de quem ama, marcar nossa história e a dos outros com gestos de amor. Afinal, Deus provou seu amor para conosco dando-nos Jesus (Rm 5.8). Que demonstrações de amor temos dado aos que dizemos que amamos? Especialmente em família e a partir de lá, até onde for possível, devemos oferecer provas de amor. Isso é ser cristão.