O ego gigante do gigante

“E disse a Davi: Por acaso sou um cão para que você venha contra mim com pedaços de pau? E o filisteu amaldiçoou Davi invocando seus deuses, e disse: Venha aqui, e darei sua carne às aves do céu e aos animais do campo!” (1 Samuel 17.43.44)

Este era o sentimento de Golias. Um sentimento característico de quem está cheio de confiança, cheio de si mesmo. Nosso ego pode se agigantar muito facilmente. Golias era um gigante fisicamente, mas também tinha um ego gigantesco. Quanto maior nossa presunção, ainda que sejamos realmente fortes, talentosos e excepcionalmente capazes, isso se tornará nossa grande fraqueza. Quando somos dominados pelo ego facilmente nos irritamos com qualquer oposição e nos sentimos desrespeitados. Tudo é muito pessoal para nós. O nosso eu é muito sensível. Mesmo que apenas interiormente, fazemos perguntas do tipo: Quem ele pensa que é? Que direito tem de me tratar assim? E somos rapidamente tomados por ira e indignação. Quanto maior nosso ego, mais dificuldade temos de lidar com oposição e discordâncias.

É claro que, no caso de Golias, havia uma batalha em curso. Mas em nosso caso, nem sempre. Mas acabamos fazendo de tudo uma batalha. Quando somos dominados pelo ego, em meio a conflitos, desejamos humilhar, suplantar o outro, pois é nosso adversário. Queremos vê-lo desmoralizado e derrotado. Queremos que ele se dê muito mal! Isso fica exemplificado na parte final dos versos de hoje. Golias diz a Davi que sequer teria um sepultamento – “darei sua carne às aves do céu e aos animais do campo” – o que era uma grande desonra para um guerreiro. Golias queria o pior para Davi. Devemos ter cuidado para que nosso ego não nos leve a querer o pior para aqueles com quem estivermos em conflito. Entre Davi e Golias havia algo em particular: Deus estava com Davi e não estava com Golias.

Golias estava entregue a si mesmo. Esta é uma condição espiritual muito perigosa. Jamais dará em boa coisa. Paulo escreve na abertura de sua carta Aos Romanos sobre o risco de vivermos entregues a nós mesmos, entregues às disposições ruins de nossa natureza pecaminosa (Rm 1.22-32). Por outro lado, lemos em Provérbios que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 1.7). Sabemos onde Golias acabou. Toda a sua presunção deu em nada. O garoto venceu o gigante e Deus recebeu toda glória. A luta entre Davi e Golias tem seus próprios contornos e razões. A nossa é de outro tipo, mas podemos tirar boas lições sobre o modo como lutamos nossas lutas. Aprendamos a confiar e a nos submeter mais a Deus. Não façamos de nosso ponto forte o nosso ponto fraco, como fez Golias. Escolhamos estar sempre submissos a Deus e, ao enfrentarmos batalhas, estejamos do lado certo e que Deus seja honrado por nossas atitudes.

 

ucs

 

 

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