“Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: ‘Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens’.” (Marcos 1.16-17)
“O Deus que me vê” – El Ro’i. Esse foi o nome que a serva de Sara, Hagar, atribuiu a Deus. Ela estava em fuga devido a dureza com que sua senhora a estava tratando. O registro de Gênesis 16 conta que o Anjo do Senhor apareceu e falou com ela. Lembrei-me imediatamente dessa passagem quando li nestes versos que Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar. Ele os viu primeiro, antes de ser visto por eles. Jesus é a expressão do amor de Deus que ama primeiro. Que vê primeiro. “O Deus que me vê” de Hagar estava mais uma vez ali. As Escrituras narram muitas histórias do “Deus que me vê”, o El Ro’i. Ele está sempre vendo pessoas. Ele viu a aflição dos israelitas. Ele viu Moisés apascentando as ovelhas de seu sogro. Ele viu Elias na caverna, temendo Jezabel e viu mais de sete mil que, como Elias, mantiveram-se fieis. El Ro’i, “o Deus que me vê”, sempre nos vê e vê além de nós. Vê a quem não vemos e vê o que não vemos. Só o seguiremos bem, como Seus servos, se aprendermos a ver com Seus olhos. Isso é o que significa crer: ver com os olhos daquele que tudo vê!
Jesus viu Simão e André e os chamou: sigam-me, e eu os farei pescadores de homens. Todas as vezes que Deus vê e se manifesta, Ele nos desafia a algo novo. A sair de onde estamos. Este lugar de onde precisamos sair pode ser até um lugar físico mas, quase sempre é um tipo de visão errada que temos sobre nós mesmos, sobre a vida, sobre o outro e sobre Ele, Deus. Desse lugar errado, mesmo que sinceramente, erramos. Erramos enquanto pensamos acertar. Quando vemos um pouco mais como Deus vê, o primeiro espanto é sobre nós mesmos. Reconhecemos que há muito a ser transformado em nosso modo de ser, de pensar, de sentir e de agir. Jesus viu Pedro e Tiago, viu os demais apóstolos, viu a Natanael debaixo da figueira… Ele nos vê agora. Ao chamar discípulos, Jesus não lhes deu uma aula. Ele lhes mostrou como verem a si mesmos, à vida e às pessoas. Quando quiseram aprender a orar, Jesus lhes entregou uma visão de Deus.
Jesus caminhou com eles com paciência e amor. Embora os criticasse por serem tão lentos para crer, não lhes negou apoio para que cressem. Ofereceu Suas feridas a Tomé e foi ao encontro de Pedro na praia. Ele lhes repetiu os mesmos ensinos várias vezes. Seus corações estavam cheios de sonhos de grandeza e poder. Jesus tinha humildade e amor para lhes oferecer. Ver o Mestre lavando seus pés foi chocante (Jo 13.8). Sentiam-se fortes e seguros, mas Jesus lhes disse: vocês me abandonarão covardemente (Jo 16.32). Isso foi difícil para eles, assim como é para nós. Queremos bençãos e não serviço. Jesus nos chama a ser pequenos, mas nós queremos ser grandes! O Deus que os viu, nos vê. Vê a todos! O chamado é o mesmo: “Venham comigo”. Talvez você pense que já foi, mas é bom ter calma. Esse chamado é mais profundo que apenas fazer parte de uma igreja. Envolve um caminho de fé, no qual nunca mais seremos os mesmos. Um caminho para aprender a ver a vida com os olhos de Deus. Isso não apenas é possível. É necessário e é indispensável.