“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser” (1 João 3.2a)
O que pensamos de nós mesmo é, em última análise, muito mais importante do que o que pensamos sobre tudo mais. O modo como nos olhamos tem um poder muito grande sobre o modo como olhamos tudo à nossa volta. Há ainda algo que podemos dizer sobre isso: o modo como os outros nos olham não determina tanto nossa vida como o modo como nos olhamos. Por isso é pouco sábio este nosso jeito de viver, tantas vezes ocupados com impressionar os outros. Pois, ainda que todos nos elogiem, se não nos aceitamos, se não nos amamos, todo esse elogio não poderá sustentar nosso bem estar e muito menos nosso senso de valor. Como bem disse Anaïs Nin, não vemos as coisas como são, vemos como somos!
Jesus veio nos redimir, inclusive de nossa maneira adoecida de ver a nós mesmos. Veio nos dizer que somos amados por Deus e veio nos chamar a, pela fé, nos tornamos filhos de Deus. Filhos num sentido que envolve aprendizado e mudanças. Envolve o desenvolvimento de uma nova identidade, baseada no que Ele pensa e afirma sobre nós. Baseada no que Cristo fez por nós. Paulo disse que, em Cristo, fomos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestes (Ef. 1.3). Isso inclui a benção de sermos redimidos em nossa imagem própria. A benção de ressignificarmos nossa história pessoal. O que Cristo fez foi completo e bastante.
Por causa de Cristo podemos nos ver como filhos de Deus. Pessoas amadas por Ele e com autorização para invocar Seu nome e viver em Sua presença, desfrutando comunhão com o Criador. Podemos contar com Seu cuidado e direção. Podemos nos sentir seguros. E tudo isso sendo quem somos pessoas que ainda não se tornaram exatamente o melhor exemplo de filhos de Deus. Pessoas frágeis, confusas, limitadas e, às vezes, de difícil convivência. Em Cristo temos a possibilidade de vivermos confiantes e humildes, ao mesmo tempo. De cabeça erguida e de cabeça baixa. Tudo na media certa. Confiantes e quebrantados. Nem somente uma e nem somente outra coisa. Por causa de Cristo podemos viver como filhos de Deus e verdadeiros seres humanos. Sem orgulho e sem constrangimento. Pela fé e para glória de Deus. Olhe-se com esses olhos!
ucs