O compromisso do perdão

“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” (Mateus 6.12)

A fé cristã envolve uma perspectiva própria e singular da vida. Crer como cristão e viver como cristão é a evidência de que somos cristãos. Apenas frequentar um culto cristão não nos faz cristãos. Apenas saber o que se deve crer como cristão, não nos faz cristãos. Saber realizar os rituais que caracterizam a fé cristã e deles participar, também não nos fazem cristãos. Somos cristãos na medida em que Cristo e Suas verdades orientam nossa vida. Na medida em que nossa fé se revela em nossa submissão a Ele e nos inspira a viver de modo compatível com a própria vida dEle. Essa é a evidência. Pois, quando nossa fé é colocada em Cristo nossa vida vai sendo mudada. Não mudamos para sermos cristãos, mas porque somos! É assim porque, quando nossa fé está em Cristo, inevitavelmente, mudanças acontecem. As pessoas então veem nossa fé vendo as mudanças que ela causa em nós.

Na oração modelo de Jesus, que nos ensina a viver como cristãos, o perdão aparece e recebe destaque. Ele o inclui na oração de uma maneira diferente do que tantas vezes lidamos com o assunto. Ele “pega pesado” e condiciona o perdão que recebemos de Deus ao perdão que damos a quem nos ofende. Com isso está nos dizendo que perdoar é um compromisso indispensável aos que o seguem, a quem ora a Deus e o chama de Pai. Está nos dizendo que não existe razão que justifique nossa decisão de não perdoar. Ele próprio explica mais à frente no texto de Mateus: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas.” (6.14-15). E assim não deixa dúvidas sobre o que está dizendo. Se alguém nos ofende e quer nosso perdão, devemos perdoar.

Quando sofremos uma ofensa grande demais é muito difícil perdoar. Como então cumprir esse compromisso cristão? O segredo está em nos tornar pessoas para quem as ofensas, por maiores que sejam, não sejam grandes demais. Há quem se magoe por qualquer coisa e quem, de maneira muito bela, não se deixa magoar tão facilmente. Deus não se deixa magoar tão facilmente. Jesus não se deixou magoar tão facilmente. E nós precisamos imitá-los. Quanto mais humildes e dependentes de Deus, imitadores de Cristo, menos seremos “magoáveis” ao ponto de não conseguirmos perdoar e assim, mais facilmente perdoaremos. Como cristãos, é assim que devemos viver. Em 2016, desejo-lhe muitos momentos de perdão oferecido de forma tão graciosa quanto você já tem recebido do Pai. Desejo-lhe mais humildade e dependência para que seja um exímio perdoador! Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com você.

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