O BANQUETE DA GRAÇA

“Ao ouvir isso, um dos que estavam à mesa com Jesus, disse-lhe: Feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus.” (Lucas 14.15)

Nos dias de Jesus, dar banquetes era uma prática social dos afortunados, dos ricos e era um símbolo social de prestígio. Quem dava o banquete era honrado pelos convidados que compareciam e ser convidado era sinal de distinção e importância. E todos queriam ser convidados e os convidados eram apenas os melhores, os mais dignos. Essa era a lógica.

Jesus estava num jantar desses e observava o comportamento das pessoas. Todos queriam o melhor lugar, sentirem-se os mais dignos, e os que foram convidados eram pessoas que poderiam, depois, retribuir o convite. Foi quando alguém disse: feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus! O que ele estava dizendo, na verdade, era: que grande honra para aquele que for considerado digno do Reino de Deus. Ele julgava que, ser um convidado para o banquete do Reino era evidência da elevação da alma, da grandeza da pessoa, de sua importância e piedade. Afinal, tratava-se do Reino de Deus.

Talvez se sentisse digno e esperasse que Jesus lhe dissesse: certamente você será um dos convidados. Mas Jesus aproveitou o momento para contar uma parábola. Ele falou de um homem que preparou um banquete, mas os convidados não apareceram. Então ele fez dos pobres, dos desvalidos, dos sem-teto, dos esquecidos e sem valor os seus convidados. E com isso Jesus deixou o seguinte recado: no banquete do Reino de Deus somente os que não merecem podem participar; porque o banquete do Reino é o banquete da graça.

Devemos, definitivamente, entender que não há pessoa cuja dignidade seja bastante para merecer o Reino de Deus. Jamais. Não há pessoa cuja bondade ou santidade ou piedade sejam bastantes para merecer o Reino de Deus. Somente se participa do Reino de Deus pela graça. Por mais digno ou miserável que alguém seja aos olhos humanos, há lugar no Reino de Deus, porque ele pode recebe-lo pela graça. Porque Deus nos ama e em Cristo nos oferece graça e misericórdia.

Precisamos reorientar a lógica de nossa espiritualidade. Não somos merecedores do Reino, somos agraciados com ele. Não somos bons para andar com Deus, fomos perdoados e abraçados. Talvez jamais compreendamos de fato a graça, pois ela subverte a lógica humana do mérito e da justiça. Nossa meritocracia e justiça são até úteis em nossos negócios terrenos, apesar de suas limitações. Mas, no Reino de Deus, nada valem. O Reino de Deus é o Reino da Graça. E devemos adorar a Deus por isso. Pois assim, eu, você e qualquer outro pecador podemos nos assentar à mesa do Cordeiro. Pois o convite da graça está disponível a todos os pecadores!

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