O amor é sempre possível

“Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. Obedeçam-lhes não apenas para agradá-los quando eles os observam, mas como escravos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. (…) Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas.” (Efésios 6.5-6, 9)

Na tempo em que Paulo viveu a escravidão era simplesmente uma condição social. Ele era cidadão romano, nascido em Tarso e de família judaica. Estava no topo da sociedade em termos de direitos. Não se pensava em direitos humanos como se pensa hoje e Paulo não discute se escravidão é correto ou não. Talvez nem pensasse nesses termos. Mesmo com toda sua grandeza espiritual e fé, ele é como todos nós: um homem limitado por seu tempo e condições. Somos seres assim e jamais lidaremos com a vida de forma completa e definitiva. Precisamos contar com a graça de Deus.

Ao longo da história Deus usou muitos cristãos para promover os direitos humanos e alguns em particular para lidar com a escravidão. Willian Wilbeforce foi um deles. Político inglês e líder abolicionista, lutou 17 anos até ver aprovada uma lei que tornou-se fundamental no processo abolicionista mundial. Desde a queda (Gênesis 3) e até o fim, sempre teremos pendências quanto à vida ideal, à justiça, à retidão. Mas não devemos ter pendências quanto ao amor a Deus e ao próximo. Paulo não via tudo, mas viu o caminho do amor como necessário entre senhores e escravos. Diante das complexidades da vida, responder pelo caminho do amor é o caminho cristão.

Paulo propõe uma relação amorosa para uma condição opressiva. Era uma proposta subversiva para a relação entre escravos e senhores. Paulo ressalta que, para Deus, eles eram iguais, ainda que para a sociedade não fossem. A vida cristã tem a ver com o desenvolvimento da capacidade de ver a vida pelos olhos de Deus. Isto é desafiador e algumas vezes pessoas atribuem a Deus uma visão preconceituosa da vida, que não é de fato de Deus, mas do deus que criaram em suas mentes. Paulo não erra porque o amor é seu guia. Ele é nossa grande dívida existencial. Não torna o errado certo e nem justo o que é injusto, mas, quando a vida nos nega o direito, agir com amor nos faz superar e vencer a injustiça que sofremos. O amor é sempre um caminho possível!

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