Gosto de perder o olhar no azul, ver as nuvens que passam. Formas que desafiam ideais ou despertam imagens – urso polar, rebanho de carneirinhos, torre de castelo ameaçador. Mas gosto ainda mais quando há pássaros. Quase sempre urubus de asas abertas girando em círculos, sozinhos ou em bandos, subindo, subindo como se estivessem parados, só carregados pelo vento, até ficarem cada vez menores, pontos diminuindo no alto do céu. E, mais que tudo, a beleza dos corvos-marinho arrumadinhos, a formação em V, conforme o horário do dia indo ou vindo. Quando viajo de avião e vejo as nuvens por dentro o encanto desaparece, como uma pessoa bonita e que ao conhecer seu interior você se decepciona.
Início PONTO DE VISTA