Na manhã de onte, por volta das 6 horas da manhã, duas jovens foram assassinadas na zona rural de Itabuna. Luana Martins Lima, 19 anos, e Tamires Oliveira, 18 anos, eram garotas de programa e usuárias de drogas.Deacordo com a polícia, os motivos e autores do crime são desconhecidos.
Moradores da Fazenda Santa Cruz, próxima ao local do crime, afirmam que ouviram os tiros e gritos das vítimas.
“Há cinco anos a Luana estava nessa vida de prostituição para alimentar o vício do crack. Ela dizia que não tinha dívida. A gente fica mais sentido porque ela deixou uma filha de um ano e era jovem, tinha muita vida ainda pela frente. Mas entrar no mundo da droga é isso mesmo. Ela passava até 15 dias sem virem casa para ver a filha. A gente fez o que pôde mas não conseguimos”, declarou Kátia Santos, 38 anos, tia da vítima.
Além da morte das duas jovens, foi registrado mais um assassinato em menos de 48 horas. Ivanilda Bonfim Barreto, de37anos, foi morta com seis tiros e teve os pulsos cortados na noite de segunda-feira na BR-415. A polícia investiga o possível envolvimento do marido dela, Welder Santos Andrade. Segundo ele, os dois caminhavam pela pista que liga Ilhéus a Itabuna quando dois homens surgiram e atiraram. Welder, que é usuário de drogas, teria fugido do local.
Números – Foram cinco homicídios em menos de cinco dias em Itabuna.
“No ano passado, tivemos três homicídios na primeira semana de janeiro.
Preocupa-nos porque não chegamos ainda ao final da semana. Estamos empenhados em trabalhar para a redução da violência na cidade.
Tivemos um combate ostensivo no ano passado, tanto que houveumdecréscimo de assassinatos em relação ao ano de 2009 quando registramos 163. Em 2010, foram 147”, ressaltouSionePorto, delegada titular da 1ª CP de Homicídios de Itabuna.
Em 2009, uma pesquisa apresentada pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro; o secretário de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, e integrantes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre a exposição do jovem brasileiro à violência apontou a cidade de Itabuna com o maior índice de vulnerabilidade à criminalidade entre os jovens.
“Além das drogas, há exclusão social e evasão escolar”, afirmou Sione Porto.
Fonte: Camila Oliveira/A Tarde