Hamilton Farias de Lima, professor universitário.
“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”, Mahatma Gandhi (1869-1948).
Viveu o país ao longo dos últimos anos, com ênfase no período 2015/2016, de forma aguda, os efeitos das tormentas consequentes aos desatinos sobejamente conhecidos, trazendo números devastadores para a economia, desaceleração do crescimento, falências empresariais e milhões de desempregados, em suma, uma marcha indesejável em direção ao caos social que se projetava.
Por mais que se faça uma análise de mérito em relação às conquistas sociais do passado recente brasileiro, ora na perspectiva de inclusão e ascensão social de classes menos favorecidas – que alguns alardeiam -, o discurso perde forças, estiola-se frente ao contexto ora existente e em comento. Como é público, foram tantos os dispêndios financeiros efetivados – em escala gigantesca e sem o necessário lastro do tesouro-, que manietam no presente quaisquer iniciativas de investimentos imediatos destinados a uma política voltada ao progresso nacional.
Não apenas a Educação, a Saúde, a Infraestrutura e outros espaços de ação governamental foram e continuam sendo negativamente afetados; medidas corretivas hão que ser implementadas no plano fiscal e na administração como um todo, como iniciativas saneadoras e amargas ao longo dos futuros anos.
É o tempo do planejamento estratégico para gregos e troianos, medida cruenta com limitações orçamentárias, a contemplar na sua idealização um mínimo de objetivos e metas para o devir, associando-se aqui o pensamento do eminente poeta e aviador Antoine de Saint- Exupéry “O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino”.
As mudanças terão de ser amplas e gerais nos diversos setores da administração pública (federal, estadual e municipal) brasileira em que o planejamento haverá de visualizar o novo contexto nacional quanto às suas expectativas de um futuro em longo prazo. Aliás, há bem pouco tempo, a cidadania pôs-se às ruas reivindicando mudanças e não foram poucas!
As consequências dos malfeitos que têm visitado os lares brasileiros – e que destruiu a motivação e a qualidade de vida dos mais pobres -, além de afronta à cidadania nacional, assemelham-se a uma equivocada pedagogia de suspeita concepção e desastrado emprego para a sociedade como um todo. Ela é totalmente condenável por tudo que tem representado, desde sua maligna concepção a não menos delituosa aplicação, conforme os inúmeros dados estatísticos são disseminados pelos meios de comunicação que ofendem a dignidade e a inteligência nacionais.
O resultado das urnas de 2016, recentemente produzido, foi o melhor recado à nefasta pedagogia e a seus seguidores que imprimiam à Nação descaminhos e vergonha, e que se espera seja a partir de agora, com determinação, iniciada sua extirpação definitiva do cenário brasileiro.
É, pois, chegado o tempo de um novo contexto nacional, assentado numa benfazeja pedagogia que indique novas posições, reformas as mais prementes, um dever de casa mais amplo e realista, no enfrentamento das caminhadas indispensáveis ao bem-estar do amanhã!